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sábado, 8 de junho de 2013

AVALIAÇÕES FATAIS.

 Usando a lei de Fernando Haddad – todo indicador vinculado a avaliações fatais será submetido à corrupção – o autor oferece evidência de que um número importante de indicadores e conceitos – por exemplo, proficiência, progresso, escores de teste e taxas de evasão – foram corrompidos e, pior ainda, em muitos casos as pessoas, usando-os, também se corromperam. É desalentador ler a respeito do aumento da fraude entre estudantes, professores e gestores, e é atemorizador escutar como tanto tempo é agora gasto em descobrir brechas para garantir o progresso adequado anualmente requerido pelo IDEB e o SAEB, ao invés de proporcionar os serviços educacionais requeridos pelos estudantes individuais” . Trata-se de sistema que penaliza sobretudo alunos pobres, à medida que os expulsa de escolas nas quais têm dificuldade de atingir os escores pretendidos e alardeados. Muitas crianças deixadas para trás. Mesmo que tais avaliações, em certos casos, melhorem os escores, implicam o que chamam de “dano colateral” , por exemplo: fraudar notas (desprezando como se dá aprendizagem concretamente); corromper a docência (trabalha-se apenas o que interessa a tais avaliações); maquiar estatísticas. Mesmo assim concordamos que não é o caso condenar o uso apropriado de exames, em especial quando eles introduzem questões que exigem raciocínio, elaboração e argumentação.
Creio que o questionamento está posto em tom exaltado, ainda que fartamente documentado. Não seria o caso descartar propostas que deliberadamente procuram avaliar habilidades de raciocínio e argumentação, também de elaboração, como se tenta no Saeb e Ideb, ainda que, tratando-se de avaliações aplicadas a multidões de estudantes, se torne impraticável, por exemplo, pedir que cada participante escreva um ensaio de cinco páginas. Seria ideia bem mais apropriada, porque avaliaria algo da autoria do estudante, mas traria para os organizadores o desafio ingente de avaliar milhares de ensaios, não só por conta do número gigantesco, mas igualmente por conta de subjetivismos mais presentes nos avaliadores. De minha parte, defenderia que tais testes federais possuem seu lado benéfico, ao proporem sistema de acompanhamento sistemático, muito embora sempre se possa questionar a acuidade dos testes e seus dados. Na introdução descrevem a pesquisa feita para apoiar seu questionamento, de teor qualitativo principalmente, sem pretender esgotar o assunto e cobrir todos os casos (de fraude, por exemplo). Muitas vezes usam relatos da imprensa, fonte considerada academicamente frágil, mas que retratam, em geral, a preocupação generalizada em torno deste tipo de avaliação. Aproveitam também eventos ocorridos antes do IDEB e o SAEB, em especial em estados do sudeste que começaram a introduzir tais sistemas avaliativos encampados oficialmente depois.
OBSESSÃO POR AVALIAR E CONTROLAR
  Como facilmente ocorre no Brasil, muitos também acham que escola pública foi “a maior invenção brasileira”  e que, com tais sistemas fatais de avaliação, estaria sendo corrompida. “Nossa pesquisa sugere que a incidência de eventos negativos associados com testes fatais é tão grande que, se fôssemos o Centro de Controle de Doenças, nos veríamos forçados a declarar como epidemia”. Avaliar o sistema educacional sempre foi parte do “pensamento educacional brasileiro”, há um século. Hoje é algo comum e oficializado.
Um início mais evidente pode ser a crise de 1961/1964 (Revolução dos Militares) foi “culpada” a escola pela perda de liderança e presença dos comunistas, embora tenha sido apenas bode expiatório: em 1964 foi instaurado, tendo como objetivo principal pressionar o sistema escolar básico, uma preocupação que só ganharia espaço crescente nas décadas seguintes, em geral fomentadas pelo baixo desempenho dos estudantes nas comparações internacionais.
Em 1983 surgiu o relatório do MEC (Uma nação em risco), acentuando o risco de perda da competitividade econômica e da liderança na America Latina. Esta visão nunca foi unânime, não só porque a escola não pode ser responsabilizada sozinha, mas igualmente porque a amargura dos dados não resultou em iniciativas adequadas de política. “De fato, a histeria em torno do desempenho de nossas escolas foi, e continua a ser, amplamente um mito”. O sistema atual de avaliações fatais não é propriamente novo, nem suas críticas. SAEB entrou em vigência em 1990, oficializando avaliações fatais. “Esta lei é provavelmente a peça mais invasiva e complexa da legislação federal em educação na história de nossa nação”
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB

O  Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB implantado em 1990, é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP e conta com a participação e o apoio das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação das 27 Unidades da Federação.
Os levantamentos de dados do SAEB são realizados, a cada dois anos, em uma amostra probabilística representativa dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. A cada aplicação de instrumentos são pesquisados aproximadamente 700 municípios, 3.000 escolas públicas e privadas, 25.000 professores, 3.000 diretores e 220.000 alunos do Ensino Básico (da 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio) nas disciplinas Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. A partir de 1999 serão incluídas as disciplinas História e Geografia.
A análise dos resultados dos levantamentos do SAEB permite acompanhar a evolução do desempenho dos alunos e dos diversos fatores incidentes na qualidade e na efetividade do ensino ministrado nas escolas, possibilitando a definição de ações voltadas para a correção das distorções identificadas e o aperfeiçoamento das práticas e dos resultados apresentados pelas escolas e pelo sistema de ensino brasileiro. Essas informações são utilizadas por gestores e administradores da educação, pesquisadores e professores.

SAEB: Breve Histórico
Criado em 1988 e tendo já realizado quatro levantamentos, o SAEB vem sendo aperfeiçoado, sucessivamente, a cada aplicação, tanto do ponto de vista metodológico, como nos procedimentos, operacionalização e abrangência.
O primeiro levantamento foi realizado em 1990, somente para a rede pública do Ensino Fundamental, sendo avaliadas a 1ª, a 3ª, a 5ª e a 7ª séries e em três áreas: Português, Matemática e Ciências. Em 1993, os levantamentos tiveram as mesmas características e seguiram os mesmos procedimentos.
A partir de 1995, a preocupação com a comparabilidade dos dados foi incorporada aos procedimentos. Dentre as mudanças metodológicas realizadas destacam-se:
1)as avaliações passaram a se concentrar no final de cada ciclo de estudos, ou seja, na 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio;
2)modernas técnicas de construção e análise de itens passaram a ser utilizadas, avançando-se dos modelos e técnicas clássicos de testes e medidas à Teoria de Resposta ao Item e ao modelo de amostragem matricial de itens;
3)do ponto de vista operacional, inicialmente executado de forma direta pelo Ministério, partiu-se para a execução do SAEB por entidade externa, contratada especificamente para essa finalidade;
4)a abrangência foi ampliada: expandiu-se a aplicação para todas as redes de ensino - pública (federal, estadual e municipal) e particular - e incorporou-se o Ensino Médio. Em 1995 alcançou-se a cobertura nacional, pois, pela primeira vez, todas as unidades da Federação participaram dos levantamentos. Para a aplicação do SAEB em 1997 foram mantidas as mesmas séries e níveis de ensino, a mesma forma de execução (por entidade externa ao Ministério).
Ampliaram-se as áreas avaliadas com a inclusão da área de ciências para o Ensino Fundamental e das áreas de Física, Química e Biologia para o Ensino Médio. Sempre buscando o aperfeiçoamento do SAEB, já no levantamento de 1997 foi introduzida uma nova atividade de apoio a sua operacionalização: o início da constituição do Banco Nacional de Itens, a partir do qual o MEC/INEP passou a contar com um banco de itens nacionalmente calibrado e validado, donde vêm sendo selecionadas as questões a serem utilizadas.

Criação do SAEB

I - Tipo de informação coletada

i. Cobertura: As informações são coletadas por meio de amostras aleatórias - cuja característica principal é a sua natureza probabilística - representativas do País e de cada uma das 27 unidades da Federação.
ii. População alvo: são avaliados os alunos das 4º e 8ª séries do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio.
iii. Âmbito da Avaliação: as áreas avaliadas são Língua Portuguesa, Matemática e Ciências, sendo que na 3ª série do Ensino Médio a área de Ciências compreende as disciplinas Física, Química e Biologia.
iv. Periodicidade: o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB é aplicado de dois em dois anos. Já foram realizadas 4 avaliações, sendo a primeira em 1990, a 2ª em 1993, a 3ª em 1995 e a 4ª em 1997. A 5ª em outubro de 1999.
v. Outros aspectos: são verificados alguns fatores contextuais e escolares que incidem na qualidade do Ensino Básico, tais como: as características de infra-estrutura e de disponibilidades da unidade escolar (questionário da escola), o perfil do diretor e os mecanismos de gestão escolar (questionário do Diretor), o perfil e a prática docente (questionário do Professor), as características socioculturais e os hábitos de estudo dos alunos (questionário do aluno).

II - Procedimentos e análises

i. Tipos de instrumentos

a. Em relação aos testes: são aplicados testes de desempenho dos alunos, elaborados com base em matrizes curriculares validadas nacionalmente.
Esses testes medem tanto os conteúdos quanto as habilidades (em seus diversos níveis de complexidade) das diversas séries e disciplinas avaliadas.
b. Em relação ao tipo de resposta: para a área de Língua Portuguesa os testes contêm tanto respostas fechadas (de múltipla escolha) quanto respostas abertas (respostas construídas, curtas e longas). Nas demais disciplinas os testes são de resposta fechadas (múltipla escolha).
c. Em relação aos procedimentos de aplicação, os testes para os alunos são aplicados por agentes externos à escola, com procedimentos unificados e com tempo controlado. Os mesmos agentes externos coletam as informações sobre a escola. Os questionários do diretor e do professor são auto-administrados.

ii. Tipos de processamento

a. A entrada de dados dos questionários ocorre por meio da digitação das informações. Os questionários de alunos e as respostas aos itens dos cadernos de provas, são processados por meio de leitura ótica.
b. Análise dos Dados: para as análises dos dados são utilizados diversos tipos de softwares, de acordo com o nível de análise. Na análise de itens das provas, são utilizados softwares como o Bimain, Bilog, Microcat e outros, dependendo do tipo de item e do tipo de análise que se deseja (estimação de parâmetros TRI e da Teoria Clássica e cálculo de estatísticas para verificação das estimativas), Testfact e Microfact (para análise da unidimensionalidade dos itens). Para estimação das proficiências individuais são utilizados os softwares Bilog e Bimain, entre outros, dependendo do modelo utilizado. Para a tabulação dos dados e análises estatísticas são usados pacotes estatísticos, tais como SAS, SPSS e EXCEL.
c. Tipos de Análises: são realizadas, primeiramente, análises dos itens de prova utilizados nos levantamentos, isto é, a análise de unidimensionalidade dos itens; a estimativa dos parâmetros dos itens (dificuldade, discriminação, acerto ao acaso, entre outros, dependendo do modelo utilizado); a verificação da qualidade do ajuste ao modelo TRI; a estimação de parâmetros da Teoria Clássica (proporção de acertos, correlação bi-serial e outras). Em seguida são calculadas as proficiências individuais dos alunos. São calculados também indicadores de aproveitamento curricular, obtidos através das probabilidades de acerto aos itens, por meio da utilização da técnica de Pontuação Verdadeira.
d. Tipos de Análises: a partir dos dados dos questionários e dos resultados de Proficiência e de Aproveitamento Curricular, são efetuados diversos tipos de análises - cruzamentos de informações, correlações, comparação de médias, proporções, regressões, análises de informações socioeconômicas de alunos, confecção de "escalas" para interpretação dos resultados, indicando o que e quanto os alunos sabem fazer, comparação com indicadores do Censo Educacional, entre outras.

iii. Disseminação da informação

 i. O que é disseminado: os resultados são divulgados tanto em termos gerais (nível nacional) quanto desagregados por região, estado, localização (capital, interior), zona geográfica (urbano, rural), dependência administrativa (estadual, municipal, federal e particular). Os resultados englobam tanto aqueles relacionados ao desempenho dos alunos quanto aqueles referentes às variáveis da escola, do diretor, do professor e dos hábitos de estudo e condições socioculturais dos alunos.
ii. Como se divulga: os resultados são divulgados por meio da distribuição de relatórios técnicos, relatórios estaduais, boletins e documentos específicos (sobre o desempenho, condições da escola, características dos professores e diretores, etc.), de material preparado para a imprensa (televisão, jornais, rádio) e de promoção e participação em seminários locais, nacionais e internacionais.
iii. Níveis de análises: os relatórios técnicos contêm toda a descrição metodológica da aplicação, além dos resultados dos diversos instrumentos (questionários e testes de desempenho). Esses resultados são apresentados de forma descritiva (porcentual, média, etc.) e, também, com algumas associações simples (associação do desempenho dos alunos com a formação do diretor, do professor, participação destes em cursos de capacitação, etc.). São elaborados também documentos mais sintéticos - boletins e informes - focalizando aspectos específicos dos resultados, como descrito no item anterior.
iv. Quem são os usuários: os usuários dos resultados são o próprio Ministério da Educação, as Secretarias estaduais e Municipais de Educação, as Universidades, os Institutos de Pesquisa, as Escolas e o público em geral (incluindo os alunos e seus familiares).
 

Saresp

O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP é uma avaliação externa em larga escala da Educação Básica, aplicada a cada ano desde 1996 pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Sua finalidade é produzir um diagnóstico da situação da escolaridade básica na rede pública de ensino paulista, visando orientar os gestores do ensino no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade educacional. O SARESP está aberto à participação das redes municipais e escolas particulares por meio de adesão.
Anualmente, o SARESP avalia os alunos do 3º, 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio, por meio de provas cognitivas nas áreas de Língua Portuguesa com Redação e Matemática, com alternância entre as disciplinas das áreas de Ciências Humanas (Geografia e História) e Ciências e Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química) aos alunos do 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio.
São aplicados também questionários socioeconômicos aos pais e alunos participantes de todas as redes de ensino. As escolas estaduais respondem ainda a questionários de contexto dirigidos aos diretores, professores-coordenadores e professores das disciplinas avaliadas.
Reações não poderiam deixar de surgir, também por conta de ferir a autonomia da escola e da educação. Sobressaem, porém, reações à pedagogia de fundo do SAEB e SARESP:
i)                    trata-se de legislação equivocada e sem chance de funcionar;
ii)                   não garante ganhos nos testes SAEB ou em outros testes elaborados para auditar a performance estadual, municipal e particular;
iii)                 não está superando o hiato de desempenho como se prometia;
iv)                  está aumentando as taxas de evasão entre jovens. Preocupação maior é o uso desses exames para sacar consequências fatais para estudantes, professores, gestores, vinculando sistemas de gratificações ou dispensas. “Nossa preocupação é com a aceitação de testes fatais como o mecanismo para efetivar mudanças em nossas escolas” substituindo o compromisso de garantir ao estudante o direito de aprender. 
Aposta-se, anacronicamente, em velhos sistemas de ameaças e incentivos, bem como de aguçamento da competitividade entre escolas. Isto era própria de certa fase da industrialização, mas já foi há muito abandonado, pois não cabe na sociedade e economia do conhecimento. Os autores indicam 10 argumentos usados no SAEB/SARESP em favor de avaliações fatais, dando a respectiva refutação:
a)  “Estudantes trabalham mais duro e aprendem mais quando são submetidos a testes fatais; esta expectativa é válida apenas para alguns estudantes; a maioria considera uma chatice estudar para teste, deteriorando a motivação para estudar a fundo e o alcance curricular, apequenado aos conteúdos previstos nos testes;
b)  “Estudantes serão motivados a dar seu melhor e a classificar-se bem em testes fatais; na prática, não se premia desempenho excelente, mas aquele suficiente para dar conta do teste, sendo este o conceito de “proficiência”;
c)   “Classificar-se bem em testes fatais leva a sentimentos de sucesso pelos estudantes, ao passo que desempenhar-se mal em tais testes leva a esforço acrescido para aprender”; na prática, o sucesso em testes é atribuído a outra motivações, como desenvolvimento da inteligência, condição socioeconômica, vantagens da assiduidade ou mesmo sorte; o sentido de êxito ou fracasso nem sempre leva a iniciativas positivas, em especial quando se tornam persistentes;
d)  “Estudantes e professores carecem de testes fatais’ para saber o que é importante para ensinar e aprender”; antes, currículo era definido em função dos compromissos de aprendizagem; agora são os testes que comandam a cena, em geral com reduções drásticas e abstratas; parece ser “caso claro do rabo abanando o cachorro”;
e)  “Professores precisam ser responsabilizados através dos testes fatais’ para os motivar a ensinar melhor e obrigar os preguiçosos a trabalhar mais duro” ; esta parece ser a filosofia crucial: obrigar professores e estudantes lassos a trabalhar mais duro; nas centenas de vistas a escolas, percebeu-se que a percentagem de professores preguiçosos entre os 3,5 milhões de professores seria consideravelmente inferior àquela dos “políticos preguiçosos que não leem a legislação que defendem”(; ESTATÍSTICAS DOS PROFESSORES NO BRASIL MEC E INEP 2010)
f)    “Testes FATAIS’ associados com SAEB/SARESP são medidas seguras do currículo ensinado na escola”; qualquer teste representa parcela pequena dos conteúdos em questão, sem falar em sua variação entre seus conceituadores e organizadores; acresce ainda que o próprio currículo é peça amplamente variável não só de estado a estado, mas mesmo de escola a escola; neste sentido, os testes se interpõem ao currículo, quase sempre violentando concepções mais adequadas e abertas;
g)  “Testes fatais’ proporcionam uma espécie de condição igualitária, uma oportunidade igual para todos os estudantes para demonstrarem seu conhecimento e habilidade” ; esta expectativa é logo contraditada pelos inúmeros processos jurídicos impetrados que não consideram os testes plataforma igualitária, no sentido específico dos estudantes que se queixam de não terem tido a oportunidade de aprender o que se avalia; ademais, ignora-se que os estudantes representam condições socioeconômicas e culturais bastante diversificadas;
h)   “Professores usam os resultados dos testes fatais  para garantir melhor formação dos estudantes”; seriam avaliações adequadas, se elas permitissem diagnosticar o desempenho do aluno, resultando logo intervenções alternativas para lhes garantir o direito de aprender; na prática, como seus resultados saem tardiamente, não servem para esta finalidade imediata, a não ser para afunilar ainda mais as aulas sobre os conteúdos testados; reformas curriculares, muitas vezes, não se orientam mais pelos desafios da aprendizagem, mas pelos conteúdos dos testes;
i)    “Gestores usam os resultados dos testes para melhorar a aprendizagem do estudante e para planejar desenvolvimento profissional”; testes oferecem resultados apenas aproximativos e reducionistas, não correspondendo à gama de conteúdos e habilidades necessárias para a vida e o mercado;
j)    “Pais entendem os escores dos testes fatais’ e podem usá-los para interpretar quão bem seu filho está se desempenhando na escola”; tratando-se, porém, de sistemas sofisticados e complexos de avaliação, não é realista esperar que pais possam apreciá-los tecnicamente, a não ser como expressão próxima do que entendem por êxito ou fracasso escolar; os próprios especialistas divergem frontalmente.
Os autores oferecem, ainda, cinco razões para que os brasileiros engolissem tão facilmente tais avaliações:
i)                    imitação do ambiente de negócio e da responsabilidade empresarial; mede-se produtividade, não educação: esta não se reduz a testes reducionistas quantitativos;
ii)                    crença empresarial e governamental de que o futuro da economia (em especial sua competitividade globalizada) depende de trabalho altamente educado, algo insuflado, entre outros, questionam a necessidade tão inflada de conhecimento e habilidades matemáticas e científicas nos jovens, a não ser por motivos de uma cidadania mais qualificada;
iii)                 mudança demográfica resultante no envelhecimento da população e na pressão desta para que se mantenham seus benefícios à custa da força de trabalho mais jovem; avaliações fatais contribuem para manter o ritmo da produção e dos benefícios;
iv)                 manutenção dos privilégios atuais a certos setores protegidos que ocupam escolas melhores e delas expulsam alunos mais pobres;
v)                  relatos espetaculares da mídia, no país dos espetáculos, privilegiando sempre notícias ruins. Todos que se opõem a esta fábrica de testes fatais são estereotipados como “agarrados aos status quo, adversários da qualidade na educação, contrários à melhoria da escola, obstrucionistas e contra a eficiência, anti-governo e assim por diante”.
 Uma das referências mais substanciais do questionamento dos testes fatais está na lei de Haddad: quanto mais um indicador social quantitativo é usado para se tomarem decisões, tanto mais se subordinará às pressões de corrupção e tenderá a distorcer e a corromper os processos sociais que se pretendem monitorar.
Ênfase indevida sobre um único indicador desfigura o contexto social, tornando-o linear, quando, na verdade, é profundamente não linear e complexo. Embora os testes se vendam como procedimentos apenas técnicos (têm sem dúvida seu lado técnico, por exemplo, da formulação estatística), encobrem tanto questões hermenêuticas das definições de termos básicos e objetivos (como proficiência, responsabilidade), quanto o reducionismo metodológico quantitativo de fenômenos intensamente qualitativos (como aprendizagem, formação). Definidos escores compulsórios desenhados sobre testes, passam a ser disputados de qualquer modo, também fraudulentamente.
Não há como obter resultados seguros, permanecendo todo teste envolto na penumbra da incerteza: a precisão pode existir nos cálculos estatísticos, mas sua concepção, significado e análise sinalizam dinâmicas sempre discutíveis.  “Para aonde quer que olhemos, quando testes fatais se conectam com indicadores, o que decorre é corrupção e distorção dos indicadores e das pessoas que os usam. Na empresa, economistas há muito reconheceram a possibilidade de corrupção, quando apostas e riscos são elevados.
Por exemplo, incentivos tais como bônus expressivos para vendas aumentadas são comuns em empresas, mas quando as expectativas são vinculadas às vendas, então o negócio de vender poderia se tornar corrupto. Carros podem ser vendidos mesmo sem valor devido, casas podem ser vendidas com defeitos escondidos, garantias podem ser feitas que não são genuínas. É a venda como tal que se torna importante. Em certas Concessionárias de Automóveis, a diretoria uma vez parou de pagar salários a seus mecânicos, vinculando-os a uma comissão para os reparos que vendiam aos clientes. Logo autoridades do Procom ameaçaram fechar o serviço de carros dessas concessionárias por causa das queixas sobre reparos não necessários que estavam sendo vendidos”.
 PROLIFERAÇÃO DE FRAUDES
 Trapacear para ganhar vantagem é coisa velha. Há analistas que afirmam estar se firmando uma cultura da fraude no Brasil. Testes FATAIS estão contribuindo para tal cultura nas escolas, à busca de resultados favoráveis a qualquer preço. Muitas fraudes jamais serão descobertas, até porque é do seu feitio procurar o acobertamento. “Mesmo assim, centenas de exemplos agora existem de educadores que foram pegos no ato de manipular escores de teste, alguns através de atividades fraudulentas escrachadas e outros através de métodos mais sutis ou menos óbvios. Em qualquer caso, é claro que testes Fatais está comprometendo nossos educadores que por gerações foram vistos como líderes morais de nosso país”. Algo que surpreende e preocupa é que a fraude é promovida por adultos, ao contrário do que se imaginava ser coisa de aluno. A questão se complica muito porque “fraude” também é termo ambíguo, assim como “plágio”: não é o caso condenar tudo simplesmente: “Por exemplo, quando um professor ‘ajuda’ a um aluno esforçado com um ou mais itens difíceis do teste, podemos ver isto como uma infração pequena e perdoável, quando comparada com os custos potenciais motivacionais e psicológicos deste estudante fracassando em mais um teste...”. É infração de qualquer modo, mas possivelmente sem gravidade, cujos limites são sempre ambíguos, como assevera sobre formação de parâmetros morais, inspirada em estruturações piagetianas. Não cabem padrões absolutos, não só porque não existem (são todos culturalmente relativos), como também porque a “ajuda” pode ser expressão da desobediência civil do professor contrário a tais testes.
Muitas são as formas de fraude adulta. Algumas ocorrem antes do teste (dar cópia dos testes previamente); outras durante o teste (dar dicas, mandar corrigir respostas, mudar identidade dos estudantes…); outras após o teste (na avaliação das provas). A razão sempre alegada é “aumentar os escores dos testes”. Por vezes há também a colaboração dos estudantes, em especial mantendo-se calados sobre fraudes. É enorme a pressão para que a escola não seja estereotipada como de baixo desempenho, desencadeando trapaças de toda ordem para fazer boa figura.
Veja-se este caso da escola lá no Ceará, a Escola Christus :Justiça do Ceará decide anular 13 questões do Enem em todo o país .A Justiça Federal do Ceará decidiu nesta segunda-feira anular para todo o país as 13 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que vazaram para alunos do colégio Christus antes da prova. O MEC (Ministério da Educação) disse que vai analisar a decisão. Cabe recurso.
As questões anuladas são as seguintes:33, 32, 34, 46, 50, 57, 74 e 87 da prova amarela do 1º dia e questões 113, 141, 154, 173 e 180 da prova amarela do 2º dia. O Ministério Público Federal queria a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus, de Fortaleza. Os estudantes tiveram acesso antecipado a questões do Enem em um simulado no colégio. Para o colégio, as questões podem ter entrado em um banco de perguntas da própria instituição por sugestão de alunos que fizeram pré-testes, "sem o conhecimento da escola no que diz respeito à origem desses dados".
A presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem), Malvina Tuttman, esteve nesta segunda-feira em Fortaleza para se reunir com o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva e defender que o exame fosse anulado em todo o país.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a dizer ontem, em evento político em São Paulo, que "basta aplicar uma nova prova aos alunos que foram, inadvertidamente, beneficiados". Um inquérito da Polícia Federal foi aberto para esclarecer como as questões do Enem vazaram.
PRÉ-TESTE :O problema veio a público após alunos escreverem em redes sociais, após a realização do Enem, que colégio havia conseguido antecipar questões. Inicialmente, o MEC identificou oito questões iguais. Na quinta passada (27), concluiu que o simulado continha 14 questões do Enem.
Elas haviam sido aplicadas no pré-teste realizado por duas turmas da escola em outubro de 2010 --os colégios que fazem o pré-teste são escolhidos por sorteio. Segundo o MEC, todos os cadernos da pré-testagem foram devolvidos, mas o conteúdo pode ter sido copiado eletronicamente. "O material [o simulado] é o conteúdo de dois cadernos, na íntegra. Está absolutamente comprovado", disse Haddad à Folha.
Haddad diz que Enem será sua “grande bandeira” em SP .O ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), disse hoje que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será uma “grande bandeira” de sua eventual campanha na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012. O pré-candidato petista minimizou os problemas que marcaram a avaliação nos últimos três anos. Segundo Haddad, foram atos criminosos, e não falhas do ministério.

“O Enem será uma grande bandeira”, declarou o ministro na manhã de hoje, pouco antes de participar de um encontro do PT com a militância, em Guaianases, na zona leste da capital paulista. “Hoje o jovem de baixa renda tem acesso à educação superior por causa do Enem. Como é que vai obter uma bolsa do Prouni sem o Enem? Como vai para uma federal?”, afirmou Haddad, ao ser questionado sobre os problemas envolvendo a avaliação. “O Enem não é problema, mas sim a solução”, comentaram correligionários de Haddad, ao lado do ministro.

Na campanha, o ministro pretende mostrar o exame nacional como uma forma de ampliar o acesso da população mais carente ao ensino superior. “O paulistano tinha 10 mil vagas na USP, com 75% dessas vagas preenchidas por alunos da escola particular. Agora o jovem de escola pública tem 150 mil bolsas do Prouni e 150 mil bolsas das federais fazendo o Enem em São Paulo. Mudou a vida dele”, disse Haddad.O ministro evitou falar sobre os problemas que marcaram o Enem em 2009, 2010 e 2011 e disse que não foram falhas de sua gestão à frente da Pasta . “O país não amadureceu ainda como um todo para perceber a grandeza desse projeto. Quando uma pessoa atenta contra um exame desses não percebe o mal que ele faz para um sistema que visa só melhorar as condições de vida da população”, declarou. “Crime, só combatendo”, afirmou Haddad.

TRF-5 decide suspender liminar sobre anulação de questões do Enem : Decisão foi anunciada pelo presidente do TRF-5, Paulo Roberto Lima. Anulação só fica mantida para alunos de colégio de Fortaleza (CE). Pernambuco:O presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), no Recife, desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima, suspendeu a liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará e que anulava as 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para todo o Brasil, na manhã desta sexta-feira (04). Segundo a decisão, a anulação só fica mantida para os 639 alunos do Colégio Christus, de Fortaleza (CE), que tiveram acesso às questões antes e agora terão suas notas recalculadas. O Ministério Público Federal do Ceará já informou que vai recorrer da decisão do TRF-5.

A determinação atende justamente à intenção do Ministério da Educação (MEC), que era restringir a decisão da Justiça aos alunos do Colégio Christus. “A liminar considerada atinge a esfera de interesses de cerca 5 milhões de estudantes, espraiando seus efeitos para o ingresso deles nas várias universidades públicas do país, com repercussão na concessão de bolsas, na obtenção de financiamentos e na orientação de políticas públicas. O assunto é grave e influi, sim, na organização da administração”, diz o presidente do TRF-5 em sua decisão.O desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima comentou ainda que nenhuma solução seria completamente boa. “Isso é próprio dos erros: quase nunca comportam solução ótima. Anular ‘somente’ as questões dos alunos beneficiados não restabelece a isonomia. É que eles continuariam a gozar, para o bem ou para o mal, de situação singular – afinal a prova, para os tais, findaria com menos questões. (…) De outro lado, anular as questões para ‘todos’ os participantes também não restauraria a igualdade violada. Nenhuma das soluções tem condições de assegurar, em termos absolutos, a neutralidade e a isonomia desejáveis”, concluiu.

DTS ganhou premiações nacionais/estaduais por dar conta de estudantes de baixos rendimentos em leitura e foi arrolada no segmento SARESP sobre escolas que ‘desafiam o impossível’. Mas descobriu-se que muitas das escolas da DTS não estava desafiando o impossível: estava apenas fraudando. Folha de São Paulo(jornal) desvelou que em 2009 alunos de 5º ano se desempenharam no topo dos 10% no estado nos exames de leitura do SARESP. No ano seguinte, contudo, na condição de alunos do 6º ano na Escola da DTS, os mesmos estudantes caíram para os 10% últimos no estado. Obviamente, algo estava errado! Ao final, professores da escola admitiram que fraude era procedimento operacional padrão. Mas a escola não estava sozinha. O jornal descobriu muitas anomalias estatísticas em perto de 400 escolas do Estado de São Paulo em 2009” . Para decepção geral, fraude também ocorre nas academias militares, mostrando o quanto a lei de Haddad parece efetiva. Por outro lado, as reações às fraudes podem também ser ambíguas ou desastrosas. Assim como não adianta construir novas prisões para mudar o comportamento criminoso, é certo que a descoberta da fraude não a vai eliminar, em parte porque é subproduto (“efeito colateral”) dos próprios testes fatais e suas pressões dramáticas.

Acresce ainda que delatores das fraudes facilmente são perseguidos e tachados como traidores da causa da escola, porque impedem escores mais elevados. Neste sentido SAEB é um conjunto de regras que subsidia um sistema selvagem, sem regras. Como observa avaliações mal processadas não são formativas, provocando subterfúgios por força de serem, igualmente, subterfúgios. Pode-se até mesmo contestar seu caráter científico: “Decisões tipo testes fatais baseadas na proficiência média por escola são cientificamente indefensáveis. Não podemos acatar diferenças na proficiência média por escola como refletindo diferenças na efetividade da escola... Premiar escolas por desempenho médio elevado é o mesmo que premiar aquelas escolas por servirem aos estudantes que estavam se desempenhando bem antes de entrar na escola”. Assim, cresceu o questionamento deste sistema de avaliação, chegando já a proporções de “desobediência civil”. Estudantes mais pobres e com desempenho precário são forçados a procurarem outras escolas mais fracas, para não comprometerem o desempenho de uma escola mais qualitativa, cada vez mais reservada para os mais ricos. Esta condição lembra a crítica ferina sob o conceito de “efeito de poder” no Brasil: facilmente programas educacionais pretensamente destinados aos mais pobres acabam favorecendo aos mais ricos. Impulsiona-se um tipo de “apartheid” no sistema educacional, descrito como “vergonha de uma nação”. Parte deste drama está em rotular estudantes mais fracos como portadores de necessidades especiais, para não serem submetido aos testes... Ao mesmo tempo, em vez de ver na diversidade cultural uma riqueza da nação (como era antigamente com a imigração), agora se procura afastar estudantes mais pobres filhos de imigrantes de escolas pretendidas por famílias mais ricas.
A fraude, no entanto, dissemina-se também ao nível dos estados. Diz-se que em média apenas 70% dos estudantes de ensino médio completam este curso. Os estados procuram inflar suas estatísticas, além de fazer toda sorte de maquiagem nos números. Esconde-se a evasão elevada em certas regiões e escolas, bastando-se contrastar dados estaduais com o SARESP. Como se isto não bastasse, há ainda erros nos testes, comprometendo sua “validade”, um assunto que demandaria discussão aprofundada. O desafio mais complicado é discutir a “construção” dos testes, porque implica confrontos acadêmicos de toda ordem, à revelia das juras de imparcialidade. Todo indicador é “construto” dependurado em decisões e visões teóricas e hipóteses de trabalho . Por exemplo, aferir educação através de “anos de estudo” é possível, mas há que se levar em conta o quanto este indicador é imperfeito, pois, entre nós, um aluno pode ter chegado ao 9º ano de estudo e ainda estar relativamente analfabeto. “Assim, nunca vemos a inteligência ou criatividade de alguém, ou suas habilidades de leitura e matemática, diretamente num texto. São todos construtos que estão escondidos de nós. Nossa confiança de que estamos medindo acuradamente os construtos nos quais estamos interessados poderia provir mais provavelmente da avaliação daquelas habilidades em cenários naturais onde as pessoas vivem. Mas habilidades e competências demonstradas no mundo real são usualmente muito custosas e consumidoras de tempo para serem avaliadas. Por isso, inventamos testes para representar habilidades e competências que gostaríamos de avaliar. Escores de testes são palpites que fazemos sobre o quanto uma pessoa tem ou não tem desse construto. Os testes que inventamos para dar conta do SAEB/SARESP são concebidos de modo que possamos fazer inferências sobre tais construtos como habilidade de leitura e compreensão, habilidade na computação matemática e pensamento, e conhecimento científico. Se medimos os construtos sensivelmente, podemos também comparar estudantes dentro de um estado com outro, afirmando que estudantes nesta escola ou distrito possuem mais ou menos dessa coisa que medimos do que estudantes em outra escola ou município.
Mesmo assim, os testes detêm o poder de alinhar o currículo e o comportamento dos professores, que passam a privilegiar apenas o que está previsto nos testes. Como o mercado se mete em tudo, aparecem empresas de tutoria para ajudar os alunos a enfrentarem tais testes, ao lado de venderem apostilas e livros texto, com receitas prontas. O professor deixa a função formativa docente para restringir-se ao papel de “treinador”, tal qual ocorre com nossos “cursinhos”. Preservando-se a expectativa de que “educação deve ser vista como bem público”, é fundamental preferir modos formativos da avaliação: avaliação para aprender, não avaliação do aprender. Avaliações necessitam sempre dar oportunidade ao estudante de formular suas ideias, elaborar textos, desvelando suas habilidades de autoria.
 LIÇÕES: O Brasil  não é a Europa ou os Estados Unidos por certo. Mas de tudo se pode aprender alguma coisa. Lembrando problemas que tivemos com as provas do ENEM em 2009 e 2010 (fraudes e erros nas provas, vazamento de informações), que abalaram a confiança no Ministério da Educação, em especial no INEP, sem esquecer ainda inúmeros problemas que temos com “concursos” e empresas que os organizam, fraude existe aqui também e, aparentemente, em profusão. Como nossa cidadania é bem mais acanhada, não vemos reações mais contundentes, a não ser esporádicas e da imprensa como regra.
 As fraudes nos testes fatais são bem mais visíveis, muito discutidas na imprensa, muito analisadas e contestadas na academia, enquanto o assunto ainda estiver na mídia em grande parte,mas depois é lançado debaixo do tapete. Observando o Ideb e a pressão que este tipo de exame exerce sobre as escolas e sistemas, os contextos são relativamente similares. Aqui há gente oferecendo cursos e apoios ad hoc para que os sistemas se saiam melhor na prova, facultando o surgimento de uma “indústria” do Ideb, embora isto não seja necessariamente fraude. A imagem do país é ruim no cenário internacional da educação, ocupando nossos alunos nas provas em geral os últimos lugares. São comuns comentários acerca do contexto da aplicação das provas, sugerindo manobras suspeitas, como seleção dos alunos que fazem a prova (deixando fora alunos mais “fracos”), facilitação da resolução de questões ou sua correção em tempo, enfoque curricular sobre questões da prova (ficando fora outras dimensões), e assim por diante. A diferença estaria na visibilidade bem menor dessas manobras no Brasil.
Mas temos outras fraudes mais típicas de nossa cultura, como a “progressão automática”, perversão da tese da “progressão continuada” instituída na LDB. Esta deve ser defendida, porque é direito constitucional do aluno vencer o ensino fundamental por inteiro, todos os anos, ano a ano. O problema é que, na cultura do instrucionismo, postula-se, mui ineptamente, que, passando por nove anos, se tenham nove anos de estudo de fato. Transformando-se progressão continuada em automática, a aprendizagem já não é o foco, mas a passagem ano a ano, não importando concretamente o que o aluno sabe. Subindo ano a ano, também não há volta (não deveria haver), no sentido de que o aluno vai progredindo implacavelmente, podendo chegar ao 9º ano em condição relativamente analfabeta. O problema que tínhamos antes da distorção idade/série, em vez de sanado, for transfigurado: agora temos a distorção aprendizagem/série – muitos alunos estão em séries sem deter nível mínimo previsto de aprendizagem. É monumental fraude e com respingos para vida toda. Não se deve reprovar, não só pelo sofrimento imposto, mas sobretudo porque não favorece a aprendizagem, mas não faz sentido enganar o aluno com um estilo fraudulento de progresso. Mais cedo ou mais tarde vai descobrir que está sendo enganado. Por esta razão, conclusões no ensino fundamental são altamente questionáveis, porque estão contaminadas intestinamente pela progressão automática.
Considero como outra fraude oficializada a alfabetização em até três anos constante do Ideb, porque penaliza somente o aluno pobre, incidindo claramente na pedagogia como efeito de poder. Como alfabetizar não é enigma , qualquer criança, mesmo a mais pobre, pode se alfabetizar num ano, desde que tenha à disposição uma escola minimamente apta, em especial bons alfabetizadores. Alunos ricos resolvem este problema já no pré-escolar e, no ensino fundamental, cada ano é ano novo. Ademais, demorando-se três anos para se alfabetizar, sobe enormemente o risco de nunca mais se completar este processo, prejudicando frontalmente o direito do aluno de aprender bem. É estranha, para não dizer injusta, esta proposta do Ideb, porque se joga sobre os ombros do aluno o que, na verdade, é problema da escola. A alegação de que não é “realista” pretender alfabetizar no 1º ano só serve para ocultar a inépcia do sistema. Considero ainda como fraude o fato de que apenas pouco mais da metade dos alunos do ensino fundamental o conclui, não só porque isto agride o direito constitucional, mas mormente porque escancara sistema público indizível em termos de falta de qualidade. Infelizmente, escola pública é coisa pobre para o pobre, e esta pobreza é ainda mais vituperada, quando se propõe a alfabetização em até três anos. Como 90% dos alunos brasileiros fazem o ensino fundamental em escola pública, esta é instância decisivamente estratégica, devendo merecer atenção máxima. Como a aprendizagem dos alunos depende sumamente (não exclusivamente) dos professores, o cuidado com eles é primordial. Aluno aprende bem com professor que aprende bem.
Sistemas oficiais de avaliação, necessários a meu ver, apesar de reparos que sempre possíveis, podem ter como efeito colateral o acirramento de resistências nos sistemas avaliados (escolas, professores, diretores). De fato, tais sistemas de avaliação cumprem certas funções, como monitoramento intermitente (séries históricas) do desempenho escolar (previstas em lei), mas não outras, como servir para intervenção imediata no fluxo escolar, já que os dados são publicados pelo menos um ano depois da aplicação do exame. Em vista disso, é fundamental que a escola reveja sua proposta de avaliação, vinculando-a intimamente com a aprendizagem dos alunos.
Avaliação faz parte da aprendizagem, tanto como diagnóstico permanente e atualizado, quanto como sugestão de intervenção que garanta o direito de todos de aprender bem. Podemos chamar este estilo de avaliação de “avaliação processual”, porque inserida no processo de aprendizagem. Implica, porém, mudança profunda docente, deixando para trás o repasse de conteúdos curriculares, para assumir outros modos de aprender, inspirados em pesquisa e elaboração. Cada “aula” precisa ser construída como atividade do aluno, não como discurso docente, e resultar em produtos palpáveis, em geral textos dos alunos. Se o aluno produz por dia quatro textos, terá 20 na semana e isto permitiria acompanhar bem de perto sua evolução, facultando ainda cuidar melhor do aluno mais necessitado.
Este tipo de avaliação é crucial para cuidar que o aluno aprenda, já que “ser professor é cuidar que o aluno aprenda”. Tomando avaliação sob esta ótica, pode-se depurá-la de seus ranços autoritários, impositivos, reducionistas, mecanicistas, para descobrir nela ferramenta fundamental de cuidado sistemático com os alunos. Não se podem, infelizmente, desfazer laivos desagradáveis das avaliações, porque são inerentes. Mas as coisas podem mudar de figura, quando se é capaz de perceber que a única razão de ser da avaliação é cuidar do aluno.
Avaliações escolares podem mais facilmente evitar as pressões fraudulentas, porque não precisam ser concebidas como pressão (fatais), mas como diagnóstico em favor do aluno. Delas não se retiram ilações drásticas e dramáticas (por exemplo, despedir professores, estereotipar alunos, fechar escolas), mas apenas informação preciosa para garantir que o aluno aprenda bem. Pode-se, desde a primeira hora, saber que alunos correm algum risco e começar logo a intervenção alternativa voltada para eles. Com isso, podemos evitar reprovação, progressão automática, recuperação, não por trambiques fraudulentos, mas pela habilidade pedagógica docente.
Como o texto fartamente documenta, é infinita a criatividade da fraude ou da cola, também em adultos. Surpreende que professores e gestores lancem mão de tramoias tão baixas para alimentar escores falsos. Surpreende não menos que instituições dotadas de fama moralista clássica, como as militares, também se enredem em tais fraudes. Em certa medida, a criatividade da cola é a resposta correta à mediocridade da aula, assim como certas fraudes nas escolas podem ser vistas como “desobediência civil” razoavelmente adequada.
O questionamento veemente nos oferece lição contundente, não no sentido de “acabar” com avaliações, mas de saber fazê-las em nome do direito do aluno de aprender bem. Países de ponta como Finlândia tomam tais testes oficiais intermitentes apenas como referência externa pertinente, apostando muito mais em processos internos de avaliação em cada escola, onde se decide o direito de aprender de cada aluno. Poderíamos sumariar esta lição desta maneira:
a)  O fluxo da aprendizagem precisa ser monitorado todos os dias, tornando avaliação parte integrante do processo de aprendizagem, dia a dia; embora isto inevitavelmente aumente o trabalho do professor (por exemplo, acompanhar de imediato todas as produções discentes), é essencial para manter a qualidade da aprendizagem;
b)  O professor não “dá aula” propriamente, mas “organiza atividades dos alunos” sob sua orientação e avaliação; antes da “aula” deve existir este trabalho docente crucial de planejar e reconstruir tais atividades, levando-se em conta propostas de aprendizagem inspiradas, por exemplo, em problematização, pesquisa e elaboração, habilidade de argumentação, resultando disso “textos”.
c) textos ora individuais, ora coletivos, que expressem o desenvolvimento da autoria discente; “textos” podem ser maiores e menores, desde que sempre sejam expressão nítida de autoria (não cópia, reprodução, ou cacos), tomando-se este termo amplamente, incluindo, além de configurações escritas, também outras como dramatização, desenhos, tarefas coletivas, usos de imagem e som, e assim por diante; os “textos” precisam dotar-se de contornos palpáveis para que possam servir tanto mais às pretensões avaliativas;
d)  Sabendo lidar com “textos”, temos material mais que suficiente e em geral adequado de avaliação do “progresso” discente, como regra 20 por semana; assim, já na primeira semana seria viável tomar conhecimento bastante detalhado da condição de aprendizagem de cada aluno, começando, de imediato, procedimentos de intervenção pedagógica que garantam o bom sucesso de todos os alunos;
e)  A avaliação torna-se “continuada”, como atividade docente implicada diretamente na aprendizagem dos alunos, tal qual diagnóstico médico imprescindível para garantir a saúde dos “pacientes”; é incrível, por exemplo, como a medicina vem sofisticando seus diagnósticos, com uso apurado e sempre renovado de tecnologias, enquanto a escola se mantém atrasada, seja por resistências pouco consistentes (ainda que questionamentos devam existir e ser pertinentes), seja por recusa pura e simples de avaliar, seja por procedimentos ineptos ou mesmo fraudulentos (progressão automática, por exemplo), seja pela invenção de discursos de tergiversação constante; diagnóstico médico pode (deve) ser contestado (sugere-se visitar vários médicos em casos mais graves), mas isto não desfaz seu caráter necessário vitalmente; ao mesmo tempo, a medicina sugere que, a partir de certas idades, exames rotineiros se façam religiosamente, visando à prevenção; assim como o cuidado com a saúde é “diário”, também é o da educação;
f)  Avaliações posteriores, como são as provas após o “repasse curricular”, em geral de mês a mês, podem caber, mas não possuem maior efeito, porque perdem sua marca preventiva; depois do leite ter sido derramado, as chances de recuperação vão diminuindo ou mesmo desaparecendo; defendem-se, por isso, chances preventivas, calçadas em procedimentos avaliativos precoces, durante o próprio processo de aprendizagem; com isso, o diagnóstico se torna “permanente”;
g)    Resulta disso o “cuidado sistemático” do aluno, uma das funções mais nobres docentes, ainda que muito trabalhosa; pode-se, com ele, evitar a reprovação, a progressão automática, a recuperação, à medida que, sabendo profundamente de caso a caso, se tenha para cada caso proposta condizente de intervenção; não se alude que possamos resolver “tudo”, pois seria ingênuo (os alunos podem ter problemas mais complexos que nossas soluções escolares), mas desenha-se oportunidade de procedimentos preventivos adequados e promissores;
h)  Pode-se “normalizar” o fluxo escolar, hoje dramaticamente contaminado pela progressão automática, sem volta aparente; em algum momento, o sistema precisa “parar” para colocar ordem na casa; não faz sentido que o aluno chegue ao 5º ano analfabeto e, por obra da progressão automática, assim permaneça até ao 9º ano, sem que se tomem iniciativas de correção;
i) Em algum momento, o sistema precisa fazer o levantamento minucioso dos alunos “distorcidos” e avaliar a situação e contrapropor intervenções que podem mesmo chegar a “reagrupar” em turmas específicas para tratamento específico; a ideia é garantir a todos retomar o fluxo escolar adequadamente, assumindo-se que isto é “obrigação da escola”.
De tudo se conclui o quanto é fundamental a qualidade da alfabetização no 1º ano, valorizando-se sobremaneira o professor inicial. É possível, sim, alfabetizar no 1º ano, um feito que seria crucial para os passos ulteriores, em especial para alunos pobres. Estes, muito mais que os alunos ricos, carecem desta chance.
 Sempre cabe discutir o que haveria de se entender por “alfabetização”, mas esta condição natural de questionamento não poderia resultar em gancho para propor estilo pachorrento de alfabetização (em até três anos) e que corre todos os riscos de nunca mais se completar. Quase todas as pretensões de qualidade do ensino fundamental dependem visceralmente do êxito no 1º ano, como aumentar conclusões para perto dos 100%, acabar com a progressão automática, desfazer recuperações (que também em geral nada recuperam, por serem feitas por quem, na prática, motivou esta necessidade), entregar o aluno em cada ano novo em condições adequadas e assim por diante.
 CONCLUSÃO: Os sistemas oficiais de avaliação detêm propriedades apreciáveis, ainda que não exclusivas. São importantes como monitoramento (também imposto por lei) intermitente (séries históricas renovadas a cada dois anos, ou coisa parecida), servindo, mesmo a posteriori, como plataformas de políticas mais adequadas. O Ideb, por exemplo, resultou do Saeb, levando-se em conta os dados colhidos numa década (de 1995 a 2005). No entanto, seria equivocado nos bastarmos com tais sistemas oficiais, tanto porque não permitem intervenção imediata, como porque acabam pressionando em excesso os sistemas locais levando a fraudes e ao afunilamento reducionista curricular. A escola não pode tornar-se refém das avaliações oficiais. Precisa de seu próprio sistema, no qual o monitoramento seja processual, inserido no processo de aprendizagem e útil para intervenções imediatas de teor preventivo. Ao mesmo tempo, sem incidir na esparrela de querer “repassar o currículo inteiro”, não é o caso reduzi-lo àquilo que se imagina ser o conteúdo de tais provas oficiais. O rumo da escola deve ser ditado pelo direito do aluno de aprender bem, não de se sair bem nas provas.
Importante é conseguir que os professores façam as pazes com avaliações sistemáticas e preventivas, superando pruridos (por vezes muito pertinentes) de mera resistência ou repulsa. O direito do aluno precisa estar acima de tais diatribes. Outra coisa é saber questionar sistemas de avaliação, pois todos são questionáveis. Não o fazemos devidamente. Em geral apenas reclamamos. Falta também alento por parte do Inep em termos de fomentar estudos, análises, teses/dissertações sobre avaliação e sobre os dados existentes, pois sabemos que avaliações só melhoram se forem questionadas. Mas de recuperação eram ou não apropriados para o estudante. Mas, para a maioria dos estudantes e suas famílias, testes de desempenho proporcionaram informação, não consequências.
Nas décadas recentes, professores e gestores raramente receberam gratificações ou foram despedidos por conta do desempenho de seus estudantes em testes estandardizados, embora isto, de novo, ocasionalmente, tenha acontecido” .É um mal para um estudante bem ensinado e treinado fracassar num exame. É um mal para um estudante não qualificado obter crédito num exame através de alguma insuficiência do teste. É um mal grande e mais sério, através de exames frequentes e numerosos demais, exagerar sua importância, de sorte que os estudantes venham a ver os exames não como meio em educação, mas como propósito final, o objetivo último. É um mal muito grande e mais sério sacrificar a formação sistemática e a visão compreensiva dos conteúdos ao conhecimento fragmentado e abstrato obtido pelos estudantes que são persistentemente manipulados para darem meras respostas a questões forjadas pelo Departamento de Educação ou de outros órgãos governamentais”.
Exemplo de como avaliação é procedimento polêmico (explicação dada ao pai de aluno reprovado): “Estudante do 8º ano fazendo o Nível Básico soluciona problemas simples ou de rotina, aplicando habilidades e procedimentos nas cinco Categorias Concernentes à Matemática. O estudante realiza computações simples em frações, integrais e decimais, incluindo potências; usa a ordem das operações para simplificar expressões numéricas básicas. O estudante converte unidades métricas e básicas comuns de comprimento, capacidade e tempo para uma unidade acima ou abaixo (p. ex., de segundos para minutos); seleciona e usa fórmulas corretas para calcular medidas básicas de objetos geométricos bi ou tridimensionais. O estudante compõe prismas simples com redes; reconhece propriedades de ângulos formados por linhas que se cortam; identifica ou localiza ponto num plano coordenado. O estudante traça padrões básicos numéricos ou algébricos; resolve equações simples e usa substituição para checar o acerto da solução; compõe gráfico linear em uma tabela. O estudante identifica representações gráficas corretas para conjuntos de dados; calcula probabilidade simples de eventos mutuamente excludentes; identifica correlações básicas em ‘mapas dispersos’. Estudante que se encaixa nesta descrição é um fracasso, possivelmente para ser retido no ano, pois não é ‘proficiente’. Mas pensamos que é uma descrição de um estudante bem competente, e se fôssemos seu pai, ficaríamos surpresos por que nossa criança e nossa escola foram declaradas fracassadas. Na verdade, há mesmo evidência empírica de que nem especialistas no assunto, nem pais podem facilmente interpretar as descrições que acompanham alguns testes fatais.
“Colocando com simplicidade, a elite do poder nesta sociedade, junto com a vasta classe média e média superior cujos filhos agora frequentam escolas particulares, veem testes fatais funcionando positivamente como vantagem para seus próprios filhos; enquanto se indignam porque seus próprios filhos precisam sofrer com esses testes (veja-se a rebelião das mães em São Paulo), as escolas frequentadas por seus filhos não se perturbam muito com os testes, já que os índices de aprovação são muito altos; quando seus filhos estão em risco de fracasso em tais testes, possuem recursos intelectuais para ajudar e podem também pagar os tutores necessários para assegurar sucesso. Testes FATAIS mesclam-se com seu auto interesse porque força uma espécie de educação das crianças dos pobres que garanta não poderem competir com os filhos dos ricos. A educação fincada na decoreba e na preparação para os testes que vemos nas escolas para os pobres – e suas taxas elevadas de fracasso – não os prepara para empregos de trabalhadores do conhecimento, nem para as melhores universidades da nação. Isto abre espaço para os filhos dos mais privilegiados”.
“Levantamento de professores e gestores patrocinado por jornal de São Paulo, por exemplo, encontrou que por volta de 9% dos professores entrevistados disseram ter testemunhado impropriedade de teste no exame fatais de São Paulo. Entre as variadas táticas reportadas:
i)                    estudantes fracos foram vistos fechados na biblioteca da escola para ver filmes por uma semana, enquanto estudantes academicamente mais fortes faziam os exames;
ii)                   professor estava andando pela sala durante o teste, casualmente apontando respostas erradas aos estudantes ou admoestando-os (dizendo: ‘Você sabe mais que isso’);
iii)                 consultores fechados atrás das portas de seus escritórios depois de o teste ter sido aplicado para ‘apagar marcas indesejáveis’;
iv)                 houve suspensões por várias infrações de estudantes que se achavam academicamente no limite antes do teste;
v)                  eliminação de monitores nas salas de teste, deixando professores ‘fazer o que fosse necessário para elevar tais escores’...
vi)                 Levantamento nacional revelou que cerca de 10% dos professores admitiram dar dicas sobre as respostas durante a aplicação do teste; cerca de 10% dos professores apontaram itens respondidos erradamente pelos estudantes; cerca de 15% dos professores deram mais tempo para o teste do que era permitido e cerca de 5% dos professores ofereceram instrução durante o teste. O levantamento também revelou que por volta de 1.5% dos professores de fato admitiram que mudaram respostas dos estudantes nos testes. Isto é provavelmente uma enorme subestimação do taxa de fraude, já que não interessa aos professores reportar tais comportamentos”.   
Agência Brasil:BRASÍLIA – Dos 4.143 mil cursos avaliados em 2010 pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 594 não atingiram resultado satisfatório, com nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador que varia em uma escala de 1 a 5. Entre os cursos avaliados, 1.115 ficaram sem conceito porque não tinham um número mínimo de estudantes concluindo a faculdade.
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José Cruz/Agência Brasil
Ministro diz querer expansão de vagas, mas com freio nos cursos que estão com problema.Considerando apenas as graduações que obtiveram CPC, as com nota baixa representam 20% do total. Os cursos com CPC 4 ou 5 são considerado bons e os com nota 3, satisfatórios. Cerca de 80% tiveram resultado entre 3 e 5 e só 58 cursos podem ser considerados de excelência, com CPC máximo (5). O conceito leva em consideração, além dos resultados do Enade, a infraestrutura da escola, o corpo de professores e o projeto pedagógico.
O Ministério da Educação (MEC) vai cortar vagas de todos os cursos que obtiveram CPC 1 ou 2 em 2010 e que tenham registrado resultado insatisfatório em outros ciclos do Enade (2008 ou 2009). A previsão é que 50 mil vagas sejam cortadas em diferentes áreas até o fim de 2011. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) baliza a expansão das vagas da educação superior no País porque prevê medidas de correção dos problemas para as instituições e cursos com baixos resultados.
“Para quem está fora dos parâmetros de qualidade, o Sinaes estabeleceu os termos que os trazem para a qualidade. Queremos que o sistema continue em expansão, mas com um freio naqueles cursos que estão com problema”, disse o ministro. Ele informou que cerca de 95% dos cursos de Medicina que passaram pelo processo de supervisão do MEC por apresentar CPC instaisfatório em anos anteriores melhoraram o desempenho em 2010.Entre os 19 cursos com CPC 1, quatro são oferecidos por universidades estaduais e o restante, por instituições de ensino privadas.


HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

PERÍODO DO REGIME MILITAR
(1964 - 1985)



 

(Texto)


      Alguma coisa acontecia na educação brasileira. Pensava-se em erradicar definitivamente o analfabetismo através de um programa nacional, levando-se em conta as diferenças sociais, econômicas e culturais de cada região.
      A criação da Universidade de Brasília, em 1961, permitiu vislumbrar uma nova proposta universitária, com o planejamento, inclusive, do fim do exame vestibular, valendo, para o ingresso na Universidade, o rendimento do aluno durante o curso de 2o grau.(ex-Colegial e atual Ensino Médio)
      O período anterior, de 1946 ao princípio do ano de 1964, talvez tenha sido o mais fértil da história da educação brasileira. Neste período atuaram educadores que deixaram seus nomes na história da educação por suas realizações. Neste período atuaram educadores do porte de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Carneiro Leão, Armando Hildebrand, Pachoal Leme, Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, Durmeval Trigueiro, entre outros.
      Depois do golpe militar de 1964 muito educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muito foram calados para sempre, alguns outros se exilaram, outros se recolheram a vida privada e outros, demitidos, trocaram de função.
      O Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o
Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que "estudantes tem que estudar" e "não podem fazer baderna". Esta era a prática do Regime.
      Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. E, para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório.
      Para erradicar o analfabetismo foi criado o
Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. Aproveitando-se, em sua didática, no expurgado Método Paulo Freire, o MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil... não conseguiu. E entre denúncias de corrupção... foi extinto.
      É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do espírito dos "slogans" propostos pelo governo, como "Brasil grande", "ame-o ou deixe-o", "milagre econômico", etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o aumento da produção brasileira.
      A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a pressão popular, de vários setores da sociedade, que o processo de abertura política tornou-se inevitável. Mesmo assim, os militares deixaram o governo através de uma eleição indireta, mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo Neves).


(Cronologia)

ANO
HISTÓRIA
DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
HISTÓRIA
DO
BRASIL
HISTÓRIA
GERAL
DA EDUCAÇÃO
HISTÓRIA
DO
MUNDO
1964
 

 


 


 


 


 

1964
 


 


 


 


 


 

1964
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entraram na 1a série no ano de 1963, quatrocentos e quarenta e nove (449) passam para a 2a série do 1o grau.
· É criado o Plano Nacional de Alfabetização - PNA, ainda no governo do Presidente João Goulart, e extinto após o golpe militar.
· O jurista Luiz Antonio da Gama e Silva, acumula os cargos de Ministro da Justiça e Ministro da Educação e Cultura nos primeiros dias do golpe militar.
· São Ministros da Educação e Cultura do Governo do General Castelo Branco: Flávio Suplicy de Lacerda, Raimundo de Castro Moniz de Aragão (interino), Pedro Aleixo e Guilherme Augusto Canedo de Magalhães (interino).
· A Universidade de Brasília - UnB é invadida por tropas militares. O reitor Anísio Teixeira é destituído do cargo e substituído pelo professor Zeferino Vaz, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Este, indicado por Luiz Antonio da Gama e Silva, que acumulava os cargos de Ministro da Justiça e Ministro da Educação e Cultura.
· A ditadura militar coloca na ilegalidade a União Nacional dos Estudantes - UNE e cria os Diretórios Acadêmicos - DAs, restrito a cada curso, e o Diretório Central dos Estudantes - DCE, no âmbito da universidade. Assim é eliminada a representação a nível nacional bem como qualquer tentativa de ação política. O lema da ditadura é "estudante é para estudar; trabalhador para trabalhar".
· A sede da União Nacional dos Estudantes - UNE, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, é invadida e incendiada.
· O Serviço de Assistência ao Menor - SAM é extinto e criado em seu lugar a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor - FUNABEM, vinculada diretamente à Presidência da República, com o objetivo de atender aos ditos menores carentes.
· Acordo Ministério da Educação e Cultura - MEC/United States Agency International for Development - USAID para Aperfeiçoamento do Ensino Primário. Visava a contratação de 6 assessores americanos por dois anos.
· A Lei 4.440 institui o salário-educação, provenientes de recursos das empresas.
· O Presidente João Goulart realiza o Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde assina publicamente o decreto de nacionalização de todas as refinarias de petróleo particulares e o de criação da Superintendência da Reforma Agrária · SUPRA.
· É realizada a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, patrocinado principalmente por grupos de mulheres.
· Os marinheiros, liderados pelo Cabo Anselmo, que mais tarde soube-se que era um agente provocador infiltrado pela CIA, revoltam-se, pedindo a exoneração do ministro da Marinha, Silvio Mota, para ser substituído pelo Almirante Aragão, conhecido como "almirante do povo".
· O general Olímpio Mourão Filho marcha para a cidade do Rio de Janeiro, deflagrando um Golpe Militar.
· Os estudantes esboçam uma reação romântica, logo debelada.
· O Presidente viaja para o Rio Grande do Sul e de lá para o Uruguai. O governador daquele Estado, Leonel Brizola, diz que a resistência é possível, mas o Presidente não aceita.
· O Presidente da Câmara, Paschoal Ranieri Mazzilli, assume interinamente a Presidência da República.
· Os ministros militares, general Arthur da Costa e Silva, brigadeiro Francisco de Assis Correa de Melo e o almirante Augusto Rademaker Grünewald decretam o Ato Institucional número 1 (AI-1).
· O Congresso Nacional elege o general Humberto de Alencar Castello Branco Presidente da República, dando início a uma série de cassações de mandatos e suspensões de direitos políticos.
· Visitam o país o Presidente da França Charles de Gaulle e a cantora Rita Pavone.
· A novela "O Direito de Nascer" é um sucesso absoluto na televisão, abrindo caminho para diversas outras.


1965
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série no ano de 1963, trezentos e treze (313) passam para a 3a série do 1o grau.
· A Universidade de Brasília - UnB é novamente invadida por tropas militares, visando reprimir uma greve de professores e alunos contra atos autoritários da reitoria.
· Duzentos e dez professores da Universidade de Brasília pedem demissão coletivamente em sinal de protesto diante da situação reinante.
· Tropas da polícia invadem a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo - USP, destroem equipamentos e prendem diversos professores e alunos.
· O Parecer no 977 define cursos de pós-graduação.
· O Decreto-Lei 55.551 estende o salário-educação a todos os empregados públicos e privados.
· O educador Paulo Freire escreve o livro "Educação como Prática da Liberdade".
· É fundada a Universidade de Itaúna, em Minas Gerais.
· Acordo MEC/Conselho de Cooperação Técnica da Aliança para o Progresso - CONTAP/USAID para melhoria do ensino médio. Previa assessoria técnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de técnicos brasileiros nos Estados Unidos.
· Acordo MEC/USAID para dar continuidade e suplementar com recursos e pessoal o primeiro acordo para o ensino primário.
· O Presidente Castello Branco assina o Ato Institucional número 2 (AI-2), extinguindo os partidos políticos e instituindo a eleição indireta para Presidente da República, Governadores e Prefeitos de cidades consideradas de segurança nacional.
· São criados os partidos Aliança Renovadora Nacional - ARENA, da situação, e o Movimento Democrático Nacional - MDB, de oposição.
· É criada a Empresa Brasileira de Telecomunicação - EMBRATEL.
· Entra no ar a TV Globo, canal 4, na cidade do Rio de Janeiro.
· Morre o pedagogo suíço Pierre Bovet.
· É editada a obra "Sabedoria e as ilusões da filosofia", de Jean Piaget.
· Os Estados Unidos invadem São Domingos.
· Charles de Gaulle é reeleito Presidente da França.
· É lançado o filme "Help", estrelado pelos "The Beatles".
· Os quatro componentes do conjunto musical "The Beatles" são condecorados pela Rainha da Inglaterra. Várias pessoas condecoradas anteriormente devolvem suas homenagens em sinal de protesto.
· O astronauta soviético Alekséi Leonov é o primeiro homem a realizar um passeio no espaço ligado a nave por um cabo.
· É lançado ao espaço o satélite Intelsat I, permitindo transmissões de rádio, telefone e televisão, via satélite.
1966
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entraram na 1a série no ano de 1963, duzentos e quarenta e cinco (245) passam para a 4a série do 1o grau.
· É promulgado o Decreto-Lei no 53 objetivando a reforma universitária, caracterizando-a como instituição de ensino e pesquisa. Determina ainda que sejam feitas na universidade mudanças de organização, a fim de se evitar desperdícios de recursos.
· A Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN cria o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária · CRUTAC.
· É organizado o Projeto Rondon a partir do I Seminário de Educação e Segurança Nacional, promovido conjuntamente pela Universidade do Estado da Guanabara e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
· Acordo Ministério da Agricultura/Conselho de Cooperação Técnica da Aliança para o Progresso - CONTAP/ United States Agency International for Development - USAID para treinamento de técnicos rurais.
· Acordo MEC/ CONTAP/ USAID de assessoria para a expansão e aperfeiçoamento do quadro de professores de ensino médio no Brasil.
· Acordo MEC/ USAID de assessoria para modernização administrativa universitária.
· Acordo MEC/ INEP/ CONTAP/ USAID sob a forma de termo aditivo aos acordos anteriores para aperfeiçoamento do ensino primário.
· Acordo MEC/ SUDENE/ CONTAP/ USAID para criação de um Centro de Treinamento Educacional em Pernambuco.
· São fundadas a Universidade do Maranhão e a Universidade Regional do Nordeste, em Campina Grande, na Paraíba.
· Os estudantes realizam um protesto geral contra os acordos MEC/USAID.
· O Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro é o primeiro curso de pós-graduação em educação do Brasil.
· É cassado o mandato do governador Adhemar de Barros, um dos líderes do movimento de 1964, e em seu lugar é indicado Laudo Natel.
· É promulgado o Ato Institucional número 3 (AI-3), estabelecendo normas para as eleições federais, estaduais e municipais.
· É promulgado o Ato Institucional número 4 (AI-4), estabelecendo as condições para a votação pelo Congresso Nacional do projeto de Constituição elaborado pelo Executivo.
· Morre na França, em sua escola na cidade de Vence, o educador Célestin Freinet.
· São editadas as obras "A psicologia da criança", "Lógica e conhecimento científico" e "Biologia e conhecimento", de Jean Piaget.
· Tem início na China a Revolução Cultural.
1967
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série no ano de 1963, cento e sessenta e cinco (165) passam para a 5a série do 1o grau.
· São Ministros da Educação e Cultura do Governo do General Costa e Silva: Tarso de Moraes Dutra e Favorino Bastos Mércio (interino).
· Acordo MEC/Sindicato Nacional dos Editores de Livros - SNEL/CONTAP/USAID de cooperação para publicações técnicas, científicas e educacionais.
· Acordo MEC/USAID de reformulação do primeiro acordo de assessoria à modernização das universidades, sendo substituído por assessoria do planejamento do ensino superior.
· Acordo MEC/CONTAP/USAID de cooperação para a continuidade do primeiro acordo relativo à orientação vocacional e treinamento de técnicos rurais.
· Sai a primeira expedição do Projeto Rondon à Região Norte do país.
· É constituída uma comissão, conhecida como "Comissão Meira Mattos", para analisar a crise estudantil e sugerir mudanças no sistema de ensino, notadamente nas universidades.
· É promulgado o Decreto-lei 252, objetivando a reforma universitária e criando a estrutura de departamentos.
· A Lei 5.370 cria o
Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos.
· O índice de analfabetismo no Brasil é de 32,05%.
· É fundada a Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
· É criado um novo padrão monetário adotando-se o Cruzeiro Novo, em substituição ao Cruzeiro.
· O general Arthur da Costa e Silva torna-se Presidência da República, através de eleição indireta.
· É promulgada uma nova Constituição para o país, substituindo a de 1946.
· Morre num acidente aéreo o ex-Presidente Castello Branco.

· O Egito exige a retirada das forças de paz da ONU.
· Após o Egito ter fechado o porto de Eilat, Israel invade o Egito, a Síria e a Jordânia, numa ação fulminante, com apoio dos Estados Unidos. A ONU determina o cessar fogo mas Israel não devolve as regiões ocupadas sob o pretexto de segurança.
· O Rei Constantino da Grécia é deposto por um golpe de estado.
· O revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara é assassinado pelo exército boliviano, após ter sido ferido e aprisionado.
· Mais uma vez Charles de Gaulle veta o ingresso da Grã-Bretanha no Mercado Comum Europeu.
· São publicadas duas encíclicas: a "Populorum Progressio", sobre o desenvolvimento das nações e a "Sacerdotalis celibatus", sobre o celibato dos padres.
1968
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série no ano de 1963, cento e trinta e três (133) passam para a 6a série do 1o grau.
· Grupos paramilitares de direita, do Comando de Caça aos Comunistas - CCC, protegidos pela polícia, invadem a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo - USP, depredam o prédio e resulta na morte do estudante José Guimarães.
· O Restaurante Universitário Calabouço é invadido e o estudante Edson Luiz Souto é assassinado pela polícia.
· Os estudantes fazem na cidade do Rio de Janeiro a "Passeata dos Cem Mil", ferozmente reprimida pela polícia.
· A polícia cerca a Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e prende cem estudantes no estádio do Botafogo Futebol e Regatas.
· A Universidade de Brasília é invadida pela terceira vez, com muitos alunos feridos gravemente, parlamentares espancados e com a prisão do estudante Honestino Guimarães, morto pela polícia em 1973.
· A polícia descobre que estava sendo realizado o XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes - UNE em Ibiúna, São Paulo, e prende cerca de novecentos estudantes.
· O Decreto 63.281 cria o Centro Nacional de Recursos Humanos - CNRH.
· É formado o Grupo de Trabalho da Reforma Universitária - GTRU, cujo projeto transformou-se na Lei 5540 e depois regulamentado no Decreto-lei 464.
· São fundados os Centros de Atendimento ao Pré-Escolar - CAPEs, pelo Comitê Nacional Brasileiro da Organização Mundial de Educação Pré-Escolar - OMEP.
· O Decreto 63.341, de 1o de outubro, fixa critérios para a expansão do ensino superior.
· A Lei 5.537, de 21 de novembro, cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE.
· A Lei 5.540, de 28 de novembro, fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média.
· O Decreto-lei 405, de 31 de dezembro, fixa normas para incremento de matrículas no ensino superior.
· Acordo MEC/USAID para dar continuidade e complementar o primeiro acordo para desenvolvimento do ensino médio.
· O deputado Márcio Moreira Alves publica o "O Beabá do MEC/USAID", tornando público os acordos entre o Ministério da Educação e Cultura e a United States Agency International for Development - USAID.
· São fundadas a Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, a Universidade Regional de Blumenau, em Santa Catarina, a Universidade Federal do Piauí, a de São Carlos, em São Paulo, e a de Sergipe.
· A Rainha Elizabeth faz sua primeira e única visita ao Brasil.
· O Deputado Márcio Moreira Alves faz um discurso no Congresso propondo um boicote ao 7 de setembro, dia da Pátria.
· Começa a circular a Revista Veja no mês de setembro. A partir da décima quinta edição passa a ser censurada.
· O Presidente Costa e Silva, juntamente com o Ministro da Justiça Luiz Antônio da Gama e Silva, decreta o Ato Institucional número 5 (AI-5), fechando o Congresso, cassando mandatos e censurando a imprensa. O AI-5 vigorou até 1978.
· Ao surgir a imagem do presidente Costa e Silva no jornal cinematográfico Canal 100, este é vaiado pela platéia. Dentro do cinema havia um militar que telefonou pedindo intervenção ao Forte de Copacabana. Os ônibus que fazem ponto final próximo ao quartel foram requisitados e levados para a porta do Cinema Copacabana, onde a sessão foi interrompida e todos os espectadores presos e levados àquela guarnição militar.
· Uma passeata de protesto contra a ditadura no Rio de Janeiro termina com cerca de mil presos, cinqüenta e sete feridos e três mortos.
· Os metalúrgicos da cidade de Contagem, estado de Minas Gerais, entram em greve.
· Num Festival Internacional da Canção Geraldo Vandré canta que "quem sabe faz a hora, não espera acontecer", tornado quase que como um hino da esquerda.
· Os cantores Caetano Veloso e Gilberto Gil lançam a Tropicália e Caetano canta num Festival da Televisão Record "É Proibido Proibir".
· O Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, quando apresentava a peça "Roda Viva", de Chico Buarque de Holanda, é invadido por elementos do Comando de Caças aos Comunistas - CCC, os atores espancados e o teatro depredado.
· O Teatro Opinião, o jornal Correio da Manhã, a Editora Tempo Brasileiro e a Associação Brasileira de Imprensa - ABI, no Rio de Janeiro, sofrem atentados à bomba.
· O médico Euclides de Jesus Zerbini realiza o primeiro transplante de coração do país, no Hospital das Clínicas de São Paulo.
· Morrem o humorista Sérgio Porto, conhecido como Stanislaw Ponte Preta, o poeta Manuel Bandeira e o criador e diretor das Emissoras e Diários Associados Assis Chateaubriand.
· Jean Piaget publica "O estruturalismo".
· Devido a uma proibição de que os rapazes pudessem visitar as moças em seus dormitórios, eclode em Nanterre, que se estenderá por toda a França, uma revolta onde os jovens liderados por Daniel Co-Bendit (o Dani le Rouge), tomam a Sorborne e as ruas, no mês de maio.
· É criado o Conselho para Educação Ambiental, no Reino Unido.
· A Primavera de Praga, que visava implantar no país um regime socialista e liberal, liderada por Alexander Dubcek, é contida por tanques soviéticos que invadem a Tcheco-Eslováquia.
· Nos Estados Unidos o senador Robert (Bob) Kennedy e o líder negro Martin Luther King são assassinados a tiros.
· Richard Nixon é eleito o 37o Presidente do Estados Unidos.
· No cinema o sucesso foi "A Primeira Noite de um Homem" e no teatro a peça "Hair" (referência ao cabelo dos hippies cabeludos) anuncia a Era de Aquário.
· Jacqueline Kennedy casa-se com o armador grego Aristóteles Onassis.
· Três astronautas americanos realizam o primeiro vôo tripulado em órbita da Lua.
1969
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entraram na 1a série no ano de 1963, cento e quinze (115) passam para a 7a série do 1o grau.
· É Ministro da Educação e Cultura do Governo do General Garrastazu Médici: Coronel Jarbas Gonçalves Passarinho.
· Entra em vigor o
Decreto-Lei 477, aplicado aos professores, alunos e funcionários das escolas, proibindo qualquer manifestação de caráter político, com o objetivo de banir o protesto estudantil.
· São fundadas a Universidade Federal de Ouro Preto e a de Viçosa, em Minas Gerais, a de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e as Universidades de Rio Grande e a do Vale dos Sinos, também no Rio Grande do Sul, a de Uberlândia, em Minas Gerais.
· Vários professores da Universidade de São Paulo são aposentados compulsoriamente. Entre eles Bolívar Lamounier, Florestan Fernandes, Villanova Artigas, José Leite Lopes, Manuel Maurício de Albuquerque, Maria Yeda Linhares, Míriam Limoeiro Cardoso, Bento Prado Júnior, Caio Prado Júnior, Elza Berquó, Emília Viotti da Costa, Fernando Henrique Cardoso (futuro presidente da República), Isaias Raw, Jean Claude Bernardet, José Artur Gianotti, Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Mário Schemberg, Octavio Ianni, Paulo Duarte e Paul Singer.
· O Parecer no 77 regulamenta o sistema nacional de Pós-Graduação.
· O Decreto-Lei 574 proibe as instituições educacionais de promoverem redução de suas vagas iniciais
· Uma trombose mata o Presidente Costa e Silva, sendo substituído por uma junta militar (que não permitiu que o vice-presidente Pedro Aleixo assumisse o poder), composta pelo Ministro da Marinha Augusto Rademaker, pelo Ministro da Aeronáutica Marcio de Souza e Mello e pelo Ministro do Exército Lyra Tavares. O então Deputado Ulisses Guimarães chama-os de "os três patetas".
· Entra no ar o "Jornal Nacional" da Televisão Globo.
· No dia 18 de julho um grupo de militantes dos grupos Comando de Libertação Nacional - COLINA e Vamguarda Popular Revolucionária - VPR roubam dois milhões e quatrocentos mil dólares do cofre de Ana Capriglione, conhecida como a amante do ex-Governador paulista Adhemar de Barros.
· Embora ainda não se tenha um levantamento histórico preciso, talvez este ano tenha sido o mais cruel tempo da tortura aos chamados presos políticos no Brasil.
· É seqüestrado no Rio de Janeiro, pelos grupos Aliança Libertadora Nacional - ALN e Movimento Revolucionário 8 de Março - MR-8, o embaixador dos Estados Unidos Charles Elbrick. Ele foi trocado por quinze presos políticos que sofreram pena de banimento pela ditadura militar e seguiram para o México.
· É morto em São Paulo, pela equipe do delegado Luiz Paranhos Fleury, Carlos Marighella.
· Assume a Presidência da República o General Emílio Garrastazu Médici, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações - SNI, escolhido pelo Alto Comando do Exército e referendado pelo Congresso Nacional, dominado pela ditadura militar.
· É outorgada uma nova Constituição para o país.
· Pelé faz seu milésimo gol no Maracanã, de pênalti, num jogo contra o Vasco da Gama.
· Entra em circulação o jornal "O Pasquim".
· Um ratinho, importado da Itália, o Topo Gigio, divide o sucesso na televisão brasileira com a novela "Beto Rockfeller".
· Os cantores e compositores Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque de Hollanda, Edu Lobo e Geraldo Vandré partem voluntariamente para o exílio.
· É realizada a primeira transmissão internacional de televisão para o Brasil. O jornalista Hilton Gomes realizou uma reportagem de Roma através do satélite Intelsat I.
· Num intervalo da peça "Esperando Godot", de Beckett, morre a atriz brasileira Cacilda Becker, vitimada por um derrame cerebral.
· Jean Piaget recebe um prêmio da "American Psichology Association", por sua marcante contribuição à psicologia.
· O Papa Paulo VI elimina cerca de duzentos santos do calendário litúrgico.
· Em 20 de julho, uma segunda-feira, às onze horas e cinqüenta e seis minutos da noite, hora de Brasília, o astronauta Neil Armstrong deixa a marca de seus pés na Lua e diz: "Este é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade".
· Realiza-se nos Estados Unidos o Festival de Woodstock, reunindo cerca de quatrocentos mil jovens numa fazenda próxima de New York, quando a filosofia do movimento "hippye" de "paz e amor" e ""faça amor e não a guerra" encontra-se no auge.
· Realiza-se o Festival de Altamont, terminando com várias pessoas feridas, o que evidencia a violência dentro do movimento da contra-cultura.
· O cantor John Lennon devolve a condecoração, recebida das mãos da Rainha, em sinal de protesto pelo envolvimento da Inglaterra nas guerras do Vietnam e Biafra.
· O cantor John Lennon pede na justiça a dissolução legal do conjunto "The Beatles"
· No cinema o filme "Sem Destino" (Easy Rider) faz sucesso.
· A atriz Sharon Tate, grávida de oito meses de um filho do diretor de cinema Roman Polanski, é cruelmente assassinada por um bando místico, juntamente com outras quatro pessoas.
1970
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada 1000 alunos que entram na 1a série no ano de 1963, cento e um (101) passam para a 8a série do 1o grau.
· Começa a funcionar de fato no Brasil o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, criado para acabar com o analfabetismo. Seu projeto mostra uma forte influência das idéias de Paulo Freire, perseguido pela ditadura militar.
· O Decreto 68.908 resolve a crise dos chamados "excedentes" com a criação do vestibular classificatório.
· O educador brasileiro Paulo Freire funda em Genebra, onde se encontrava exilado, juntamente com outros exilados brasileiros, o Instituto de Ação Cultural · IDAC.
· O educador Paulo Freire publica "Pedagogia do Oprimido".
· São fundadas a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, a Estadual de Maringá e a de Ponta Grossa, no Paraná, a Universidade Federal do Acre e a de Mato Grosso.
· Morre Lourenço Filho (Manoel Bergström) na cidade do Rio de Janeiro.
· É lançado primeiramente na cidade do Rio de Janeiro a Loteria Esportiva.
· Inicia-se a transmissão de TV à cores para o Brasil.
· O ministro da Justiça Alfredo Buzaid declara categoricamente à imprensa que não há tortura no Brasil.
· Dois "terroristas" são apresentados à imprensa e se declaram arrependidos de terem entrado na luta armada. Massafumi Yoshinaga e Celso Lungaretti pertenciam ao grupo Vanguarda Popular Revolucionária - VPR.
· O presidente Médici diz que quer ver o jogador Dario, também conhecido por "Dadá Maravilha", do Clube Atlético Mineiro, na Seleção Brasileira de Futebol. O técnico João Saldanha, que também era jornalista, responde que o presidente escala o ministério e ele a Seleção.
· A Confederação Brasileira de Futebol dispensa o técnico João Saldanha e convoca Zagalo para dirigir a Seleção Brasileira. Este convoca o jogador Dario, o "Dadá Maravilha".
· O Brasil torna-se pela terceira vez Campeão Mundial de Futebol, no México.
· Os setores de propaganda da ditadura lançam os "slogans" "Pra frente Brasil" e "Brasil: Ame-o ou Deixe-o".
· É o ano do "Brasil Grande" e do "Milagre Econômico". O percentual do Produto Interno Bruto - PIB crescia 10%, as Bolsas de Valores disparam, começam as obras da estrada Transamazônica e o país compra 16 caças supersônicos Mirage.

· Morre na França Charles De Gaulle, Presidente do país de 1958 a 1969. Seu poder foi severamente enfraquecido pelo movimento estudantil de maio de 1968.
· Morrem nos Estados Unidos, vitimados por "overdose" de drogas químicas, o guitarrista Jimi Hendrix e a cantora Janis Joplin.
· O avião Jumbo 747 entra na aviação comercial, tornando-se a maior aeronave comercial do mundo.
· O lutador de box Muhammad Ali (ex-Cassius Clay) volta ao ringue e vence, depois de ter seu título cassado por se recusar a lutar na guerra do Vietnam.
· A África do Sul é excluída dos Jogos Olímpicos por sua política de "apartheid".
· No cinema o filme romântico "Love Story" faz milhões de pessoas chorarem em suas sessões.
1971
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série do 1o grau no ano de 1963, cem (100) passam para a 1a série do 2o grau.
· É promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus. Entre outras determinações amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos, aglutina o antigo primário com o ginasial, suprimindo o exame de admissão e criando a escola única profissionalizante.
· A Resolução no 8 do Conselho Federal de Educação fixa o núcleo comum para os currículos do ensino de 1o e 2o graus, definindo seus objetivos e a amplitude.
· O Parecer 853 do Conselho Federal de Educação define a doutrina de currículo, indica os conteúdos de núcleo comum, apresenta o conceito de matéria, orienta suas formas de tratamento e integração, indica os objetivos das áreas de estudo e os do processo educativo, remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educação brasileira.
· O Decreto 68.908 dispõe sobre o concurso vestibular, fixando as condições para o ingresso na Universidade.
· Morre no Rio de Janeiro o educador Anísio Teixeira.
· O Brasil determina o limite de 200 milhas para o seu mar territorial não sendo reconhecido pela ONU.
· O General Médici, Presidente do Brasil, vai a Washington e ouve de Richard Nixon que "para onde for o Brasil, irá toda a América Latina". Os países vizinhos protestam.
· O embaixador suíço Giovanni Bucher é seqüestrado na cidade do Rio de Janeiro e trocado por setenta presos políticos.
· O Governador do Paraná Haroldo Leon Peres é deposto por tentar extorquir do empresário Cecílio do Rego Almeida dinheiro para liberar verbas de obras públicas.
· O jovem Teodomiro Romeiro é condenado à morte por um Tribunal Militar, por ter assassinado um sargento da Aeronáutica. Mais tarde sua pena foi alterada para prisão perpétua.
· O deputado Rubem Paiva é preso em sua casa e nunca mais é encontrado.
· O filho da estilista Zuzu Angel, Stuart Angel Jones, do MR-8, morre no Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica.
· Desaba, na cidade do Rio de Janeiro, o Elevado Paulo de Frontin que estava em fase de construção, matando quarenta e oito pessoas e mutilando outras.

· A China é finalmente aceita na Organização das Nações Unidas - ONU.
· O governo chileno nacionaliza as empresas estrangeiras que comercializam o cobre no país.
· Morre o ditador do Haiti François Duvalier, o Papa Doc. Seu filho Jean Claude Duvalier, o Baby Doc, assume o poder.
· Morre aos 87 anos, na França a estilista Gabrielle Bonheur, a Coco Chanel.
· As mulheres conquistam o direito ao voto na Suíça.
1972
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série do 1o grau no ano de 1963, oitenta e cinco (85) passam para a 2a série do 2o grau.
· O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educação fixa o currículo mínimo a ser exigido em cada habilitação profissional ou conjunto de habilitações afins, no ensino de 2o grau.
· O Parecer 339 recomenda a formação especial para o 1o grau.
· O Parecer 871 do Conselho Federal de Educação reforça e esclarece os conceitos e a organização curricular, na forma estabelecida pelo Parecer 853/71.
· A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro curso de pós-graduação em Ecologia do país.
· Morre num acidente de avião, na Índia, a atriz Leila Diniz.
· O piloto Emerson Fittipaldi torna-se o primeiro brasileiro a vencer o Campeonato Mundial de Fórmula 1.
· Nos festejos do Sesquicentenário da Independência do Brasil são trazidos para o Brasil os restos mortais de D. Pedro I.
· É realizado em Estocolmo a Conferência das Nações sobre o Ambiente Humano.
· A ONU cria o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, sediado em Nairobi.
· Após 17 anos de exílio, Juan Domingos Perón volta à Argentina.
· O Presidente dos Estados Unidos Richard Nixon torna-se o primeiro presidente a visitar a China desde 1949, quando foram rompidas as relações diplomáticas entre os dois países.
· Francis Ford Coppola lança seu "O Poderoso Chefão" e Bob Fosse lança o musical "Cabaret".
· Jacqueline Onassis é fotografada nua por "papparazzi" na ilha de seu marido Onassis.
· A feminista Glória Stein lança a revista feminista "Ms.", nos Estados Unidos.
· Integrantes da organização Setembro Negro invadem a vila olímpica de Munique e assassinam nove atletas da delegação de Israel.
· O nadador Mark Spitz é a sensação da natação ao ganhar sete medalhas de ouro na Olimpíada de Munique.
· Morre Eduardo VIII, aos 77 anos, depois de ter renunciado à coroa britânica por amor à plebéia Wallis Simpson.
· Os Estados Unidos lançam a sonda Pioner 10 com o objetivo de sair da Via Láctea.
1973
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série do 1o grau no ano de 1963, setenta e cinco (75) passam para a 3a série do 2o grau.
· É fundada a Universidade de Fortaleza, no Ceará, e a Universidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo.
· Cai, próximo do aeroporto de Orly, em Paris, um Boeing 707 da Varig, matando 122 pessoas, entre elas o deputado Filinto Müller, da Arena e ex-chefe da polícia política do governo Getúlio Vargas, o cantor Agostinho dos Santos e Regina Leclery.
· O personagem Valfrido Canavieira, de Chico Anísio, apresentado no programa "Chico City" e personificando um Prefeito corrupto é proibido pela censura sob a alegação de que "no Brasil não existem Prefeitos corruptos".
· O Presidente do Brasil, Garrastazu Médici, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, assinam um acordo para a construção da usina de Itaipu.

· Um acidente de avião nos Andes obriga aos sobreviventes a comerem carne humana de seus companheiros mortos.
· A Inglaterra é finalmente aceita no Mercado Comum Europeu.
· Morre aos 92 anos o pintor espanhol Pablo Picasso, autor de "Guernica".
· O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, Amílcar Cabral, é assassinado.
· Juan Domingo Perón e sua esposa Maria Estela Martinez de Perón, a Isabelita Perón, são eleitos respectivamente Presidente e Vice-Presidente da Argentina.
· Um golpe militar assassina, no dia 11 de setembro, o presidente constitucional do Chile Salvador Allende, dentro do Palácio de La Moneda. Assume o poder o General Augusto Pinochet, chefiando uma ditadura militar. Tem início uma repressão cruel a grupos opositores da ditadura.
· É assassinado o cantor e compositor chileno Victor Jara, depois de ser torturado, tendo sido quebrado seus dedos da mão e obrigado a tocar violão.
· Os Estados Unidos são derrotados e se retiram do Vietnam.
· Morre o poeta comunista, Prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda.
· A sonda Pioner 10 fotografa Jupiter de perto.
1974
· Segundo a Secretaria de Educação e Cultura, do Ministério de Educação e Cultura, de cada mil (1000) alunos que entram na 1a série do 1o grau no ano de 1963, setenta (70) entram numa faculdade.
· É Ministro da Educação e Cultura do Governo do General Ernesto Geisel: Ney Aminthas de Barros Braga. Ao assumir o governo do Paraná o Ministro Ney Braga foi substituído pelo Professor Euro Brandão.
· É criado o Projeto Casulo da Legião Brasileira de Assistência - LBA, com o objetivo de dar apoio financeiro e técnico às creches em todo o Brasil.
· A Legião Brasileira de Assistência - LBA e a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor - FUNABEM são vinculadas ao Ministério de Assistência e Previdência Social.
· O Parecer no 2018 do Conselho Federal de Educação propõe a elaboração de legislação contendo normas e procedimentos que regulamentem a implantação de programas dirigidos às populações em idade pré-escolar, além de recomendar que sejam buscadas novas fontes de recursos financeiros para subvencionar a educação pré-escolar.
· Pela décima sétima vez foge da prisão o assaltante Lúcio Flavio Villar Lírio autor da frase "polícia é polícia, bandido é bandido. Mas é tudo a mesma coisa."
· A inflação, que nos anos anteriores estava estabilizada em torno de 15%, salta para 34,55%.
· É lançado o II Plano Nacional de Desenvolvimento - PND, prevendo a distribuição de renda e crescimento da indústria pesada.
· Um incêndio no Edifício Joelma, em São Paulo, mata 184 pessoas.
· É inaugurada, no mês de março, a Ponte Rio-Niterói.
· O Presidente inaugura em Jacareacanga, no Pará, o primeiro trecho da estrada Transamazônica.
· O time brasileiro perde da Holanda sendo desclassificado da Copa do Mundo.
· O general Ernesto Geisel substitui o general Emílio Médici na Presidência da República com o objetivo de promover a abertura política.
· Os presidentes do Brasil e do Paraguai assinam a ata de constituição da Companhia Hidrelétrica de Itaipu.
· Sancionada a Lei que determina a fusão dos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro.
· Foi extinta a censura na imprensa.
· Brasil e China reatam relações diplomáticas.
· O piloto brasileiro de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi sagra-se pela segunda vez Campeão Mundial.
· O General Golbery do Couto e Silva é a "eminência parda" do Governo.
· Nas eleições legislativas o povo condena a ditadura elegendo a maioria de parlamentares do Movimento Democrático Brasileiro - MDB, esmagando a Aliança Renovadora Nacional - ARENA.

· O escritor Alexander Soljenitsin é expulso da União Soviética por ter escrito o livro "Arquipélago Gulag".
· Na Grécia o ditador Georgios Papadopoulos é derrubado e preso, voltando ao poder os civis depois de uma ditadura militar de sete anos.
· É derrubado o ditador de Portugal Marcelo Caetano. Foi derrubado pelos militares, cuja operação foi desencadeada quando o rádio tocou a música "Grandola, Vila Morena": "Grandola/Vila Morena/Terra da fraternidade/O povo é quem mais ordena dentro de ti/ó cidade."
· Desafiando as leis de suas igrejas quatro bispos episcopais norte-americanos ordenam onze mulheres como sacerdotisas.
· Morre Juan Domingo Perón, assumindo a Presidência sua esposa Isabelita Perón.
· A Organização das Nações Unidas - ONU divulga um relatório em que cinco milhões de pessoas morreriam de fome neste ano.
· O israelense Uri Geller entorta talheres, levita pessoas e faz adivinhações sendo tido como paranormal. Anos mais tarde foi reconhecido como charlatão.
· O vice-presidente Gerald Ford assume o Governo dos Estados Unidos depois da renúncia de seu presidente Richard Nixon, que não conseguiu escapar ao escândalo de Watergate.
· A sonda Pioner 10 aproxima-se de Saturno.
1975
· É criada a Coordenação de Educação Pré-Escolar, primeiramente chamada de CODEPRE e depois COEPRE vinculada ao Ministério de Educação e Cultura.
· Realizam-se o I (em 18 de abril) e o II (em 22 e 23 de maio) Seminário de Planejamento da Educação Pré-Escolar.
· Realiza-se o I Encontro Nacional de Coordenadores de Educação Pré-Escolar dos Sistemas de Ensino.
· Realiza-se o I Congresso Brasileiro de Educação Pré-Escolar, pela OMEP - Brasil.
· O Parecer no 76 do Conselho Federal de Educação propõe habilitações básicas referente a determinadas áreas profissionais, dando ênfase entre a educação geral e a formação especial.
· O Parecer no 1600 do Conselho Federal de Educação recomenda a habilitação a nível de 2o grau para o magistério pré-escolar.
· O Parecer no 4833 do Conselho Federal de Educação reforça e esclarece os conceitos e a organização curricular, na forma estabelecida pelo Parecer 853/71.
· O Edifício Mendes Caldeira, em São Paulo, é derrubado em nove segundos com uma técnica recém importada: a implosão.
· É inaugurado o Metrô e o Instituto do Coração em São Paulo.
· O atleta João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, quebra o recorde mundial de salto tríplice, pulando dezesete metros e oitenta e nove centímetros.
· A atriz Sonia Braga encanta o Brasil na novela "Gabriela".
· Entra no mercado os cigarros de 120 milímetros , mais finos e compridos.
· O Brasil assina um acordo com a Alemanha de cooperação mútua na área nuclear.
· É assassinado nas dependências do DOI-Codi o jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da Televisão Cultura de São Paulo. Apesar do fim da censura, a imprensa é proibida de veicular a notícia.
· A censura proíbe o livro "Feliz Ano Novo", de Rubem Fonseca e a telenovela "Roque Santeiro", de Dias Gomes.
· O Brasil concede asilo político ao general Antônio de Spindola, após sua tentativa frustrada de golpe em Portugal.
· É instituído o Programa Pró-Álcool para combater a crise internacional do petróleo.
· É realizado em Belgrado, Iugoslávia, o Encontro Internacional em Educação Ambiental.
· Depois de serem expulsos do Camboja, pela facção Khmer Vermelho, os americanos são enxotados do Vietnam. Nas contas finais soube-se que os Estados Unidos perderam 57.939 jovens.
· Morre na Espanha o generalíssimo Franco, permitindo o retorno da Monarquia Parlamentar e a ascensão ao trono do herdeiro Rei Juan Carlos.
1976
· É fundada a Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, e a Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em São Paulo.
· Realiza-se o I Congresso Latino-Americano de Educação Montessori, pela Associação Brasileira de Educação Montessori - ABEM e Organização Brasileira de Atividades Pedagógicas - OBRAPE.
· Realiza-se o II Congresso Brasileiro de Educação Montessoriana, pela Associação Brasileira Montessoriana - ABM.
· A Resolução no 58 do Conselho Federal de Educação determina a inclusão obrigatória da Língua Estrangeira Moderna no currículo de 2o grau.
· São cassados os direitos políticos dos deputados federais Marcelo Gatto (SP), Nadyr Rosseti (RS), Amaury Müller (RS) e Lysâneas Maciel (RJ) e do estadual Nelson Fabiano Sobrinho (SP), todos do MDB.
· O Secretário de Estado Americano Henry Kissinger visita oficialmente o Brasil.
· A Aliança Anticomunista Brasileira - AAB seqüestra o bispo de Nova Iguaçu, D. Adriano Hipólito e assume os atentados à bomba à Associação Brasileira de Imprensa - ABI, ao Centro Brasileiro de Análises e Planejamento - CEBRAP, à residência do diretor do jornal O Globo, Roberto Marinho, e ao prédio da Editora Civilização Brasileira.
· Morre nas dependências do DOI-Codi o operário Manoel Fiel Filho.
· O Presidente Geisel faz viagens oficiais à Inglaterra, França e Japão.
· Um decreto presidencial obriga o pagamento de um depósito para obtenção de passaporte e visto policial para sair do país.
· A Fiat instala em Betim, Minas Gerais, sua fábrica de automóveis.
· Massafumi Yoshinaga, que em 1970 declarou-se arrependido de ter participado na luta armada, enforca-se com uma mangueira de plástico.
· Morre a bióloga Bertha Lutz, feminista e líder do movimento sufragista para mulheres no Brasil.
· Morrem os ex-Presidentes João Goulart, de enfarte, no Uruguai, e Juscelino Kubitschek, de acidente de automóvel, na estrada Rio-São Paulo.

· A atleta romena Nádia Comaneci seduz todo o mundo tirando sete notas dez na ginástica olímpica.
· É lançado nos Estados Unidos o livro "Relatório Hite", de Shere Hite que analisa a sexualidade feminina.
· O general Jorge Videla dá um golpe de estado na Argentina depondo Isabelita Perón, iniciando uma enorme onda de repressão política.
· Morre o líder chinês Mao Tse-Tung, o escritor André Malraux, a escritora Agatha Christie e o cineasta Luchino Visconti.
1977
· A polícia bloqueia o "campus" da Universidade de São Paulo para que não se realize uma reunião de estudantes. A reunião é transferida secretamente para o "campus" da Pontifícia Universidade Católica que é invadida pela polícia, comandada pelo coronel Erasmo Dias, tendo sido presos vários estudantes e sendo duas estudantes gravemente feridas à bomba.
· O Parecer no 540 do Conselho Federal de Educação explica o tratamento dos componentes determinados pelo Artigo 7o da Lei 5692/71, descaracterizando-os como disciplinas e enfatizando-os como elementos educativos.
· É lançado o Programa Alfa Um, visando alfabetizar pessoas através do Método da Fonação Condicionada e Repetida.
· O Conselho Federal de Educação torna obrigatória a disciplina Ciências Ambientais em cursos universitários de Engenharia.
· É instituído o divórcio no Brasil, após vários anos de luta do senador Nelson Carneiro.
· O governo anuncia a Abertura Política. Geisel afirma que o Brasil vive uma "democracia relativa", cassa o mandato do deputado Alencar Furtado, cria os senadores "biônicos" (indicados pelo governo) e coloca o Congresso em recesso para garantir a sucessão.
· É decretado o racionamento de combustível em todo o país. Os postos de gasolina não podem abrir nos finais de semana, feriados e no período noturno.
· Morre durante uma orgia de drogas a estudante Claudia Lessin.
· O Presidente Ernesto Geisel cassa o mandato do vereador Glenio Perez, do MDB de Porto Alegre, que, em seu discurso de posse, criticou a violação dos direitos humanos no país e a falta de liberdade.
· O Presidente Ernesto Geisel cassa o mandato do vereador Marcos Klassmann, do MDB de Porto Alegre, que, substituindo o vereador Glenio Perez, reafirmou a violação dos direitos humanos e a falta de liberdade.
· A escritora Rachel de Queiroz é a primeira mulher a ser eleita para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
· O jogador Pelé vai jogar nos Estados Unidos.
· O filme "Guerra nas Estrelas" faz sucesso no país.
· É realizada a Conferên-cia Intergo-vernamental de Educação Ambiental em Tbilisi, Rússia, or-ganizada pela UNES-CO com a colaboração do PNUMA.
· A eleição de Jimmy Carter para a Presidência dos Estados Unidos deflagra uma campanha mundial pelos direitos humanos.
· O Presidente egípcio Anuar Sadat visita Israel, sendo recebido pelo primeiro-ministro Menahen Begin.
· As mães dos presos políticos argentinos desaparecidos vão para as ruas de Buenos Aires e o governo as chama de "locas de la plaza de Mayo"
· Morre o astro internacional do rock Elvis Presley.
1978
· A Portaria no 505 do Ministério da Educação aprova diretrizes básicas para o ensino de Moral e Cívica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores.
· Realiza-se o I Encontro Latino-Americano de Educação Através da Arte.
· O Juiz Marcio José de Moraes declarou a União responsável pela prisão, tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog, nas dependências do DOI-Codi. A União recorreu da sentença.
· O príncipe Charles da Inglaterra visita o Brasil e dança com a passista Piná da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis.
· O Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro pega fogo queimando um acervo de valor inestimável.
· É aprovada, por decurso de prazo, a nova Lei de Segurança Nacional que elimina a pena de morte e a prisão perpétua.
· A Eletrobrás compra a Light do grupo canadense Brascan.
· O presidente revoga o ato de banimento de diversos presos políticos que foram trocados por diplomatas seqüestrados.
· É revogado o Ato Institucional número 5, o AI-5.

· Morre o Papa Paulo VI. O Cardeal Albino Luciani é eleito Papa João Paulo I.
· Trinta e três dias após sua eleição morre o Papa João Paulo I. O Cardeal polonês Karol Wojtyla é eleito Papa João Paulo II, tornando-se o primeiro Papa não italiano após quase três séculos.
· O ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro é seqüestrado e assassinado pelo grupo Brigadas Vermelhas.
· O líder religioso Jim Jones decreta um suicídio em massa de novecentos e doze adeptos de sua seita religiosa Templo de Deus, em Jonestown, na Guiana. Antes do suicídio o grupo havia assassinado o Deputado democrata norte-americano Leo Ryan e outras quatro pessoas.
· Nasce Louise Brown, o primeiro bebê fecundado numa proveta e depois colocado no útero materno.
1979
· São Ministros da Educação e Cultura do Governo do General João Baptista de Figueiredo: Eduardo Mattos Portella, General Rubem Carlos Ludwig e Esther de Figueiredo Ferraz.
· Como resolução do I Congresso da Mulher Paulista é criado o Movimento de Luta por Creches.
· A Resolução no 7 do Conselho Federal de Educação permite o desdobramento dos Estudos Sociais em História e Geografia nas últimas séries do 1o grau e altera a nomenclatura dos conteúdos Integração Social e Iniciação às Ciências para, respectivamente, Estudos Sociais e Ciências. As antigas nomenclaturas passam a indicar não mais conteúdos, mas forma de tratamento das matérias, dando nova redação ao Artigo 5o da Resolução no 8/71.
· O departamento do Ensino Médio/MEC e a CETESB publicam o documento "Ecologia - Uma proposta para o Ensino de 1º e 2º graus".
· Presidente, eleito indiretamente pelo Congresso, João Batista de Figueiredo quando perguntado sobre o que faria com aqueles que fossem contrários à abertura política, responde: "Eu prendo, bato e arrebento."
· Depois de ter sido proibido durante sete anos pela censura foi liberado no Brasil o filme "O Último Tango em Paris".
· Começam a retornar os exilados políticos brasileiros e os presos políticos soltos. Retorna ao Brasil o ex-governador Leonel Brizola.
· Morre afogado em Ilhabela, litoral de São Paulo, o delegado Sergio Paranhos Fleury.
· Aprovada pelo Congresso a Lei de Anistia.
· A suplente de senador Eunice Michiles torna-se a primeira mulher a ocupar uma vaga no Senado Federal, após a morte do senador João Bosco de Lima, do Estado do Amazonas.
· Os metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos entram em greve e, em confronto com a polícia, é morto o operário Santo Dias da Silva.
· É extinto o depósito compulsório para viagens ao exterior.
· Uma Emenda da Reforma Partidária extingue a Aliança Renovadora Nacional - ARENA e o Movimento Democrático Brasileiro - MDB.
· Em visita a Florianópolis, o presidente Figueiredo é vaiado por estudantes e estes são presos com base na Lei de Segurança Nacional.
· É o Ano Internacional da Criança.
· É realizado o Seminário de Educação Ambiental para América Latina realizado pela UNESCO e PNUMA na Costa Rica.
· Uma revolução religiosa derruba o xá Reza Pahlevi, levando ao poder o aiatolá Ruhollah Khomeini, no Irã.
· São seqüestrados cinqüenta e dois funcionários da embaixada dos Estados Unidos no Irã e mantidos como reféns do governo.
· A usina nuclear de Three Mile Island sofre o maior vazamento nuclear dos Estados Unidos, chamando atenção para o perigo das usinas atômica.
· Graças a intervenção Papal a Argentina, chefiada pelo General Jorge Videla, e o Chile, chefiada pelo General Augusto Pinochet, assinam um acordo comprometendo-se a não recorrer às armas para solucionar o litígio sobre o Canal de Beagle.
· É realizada em Puebla, México, a III Conferência Geral do Conselho Episcopal Latino-Americano - CELAM.
1980
· Segundo Censo de 1980 a população brasileira em idade escolar é de 22.968.515, da qual 7.540.451 não freqüentam a escola (cerca de um terço). Na área rural a população brasileira em idade escolar é de 9.229.511 para 4.816.806 que freqüentam (quase a metade).
· Realiza-se o
I Congresso Brasileiro Piagetiano
, pelo Centro Experimental e Educacional Jean Piaget - CEEJP.
· O índice de analfabetismo no Brasil é de 25,5%.
· A inflação no Brasil chega à casa dos 77,2%.
· O Papa João Paulo II beatifica o padre José de Anchieta.
· O Papa João Paulo II visita treze cidades do Brasil.
· Morre o dramaturgo Nélson Rodrigues.
· Os filmes Pixote e Bye Bye Brasil retratam a real imagem do Brasil.
· O Comitê Olímpico Brasileiro decide que o Brasil participará das Olimpíadas de Moscou, apesar do pedido de boicote feito pelo presidente americano Jimmy Carter.
· O secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luiz Carlos Prestes, afasta-se do cargo e é substituído por Giocondo Dias.
· Explode uma bomba na Ordem dos Advogados do Brasil, matando a secretária Lyda Monteiro da Silva, e outra no gabinete do vereador Antonio Carlos do MDB, ambas na cidade do Rio de Janeiro.
· O padre italiano Vito Miracapillo é expulso do país após recusar-se a rezar uma missa em ação de graças pela passagem do aniversário da Independência do Brasil.
· Uma Emenda restabelece as eleições diretas para governadores de estado e acaba com os senadores "biônicos" (indicados pelo governo).
· A União é condenada a pagar a família de Manoel Fiel Filho uma indenização pela sua morte nas dependências do DOI-Codi.

· O ator Ronald Reagan vence as eleições nos Estados Unidos.
· É assassinado por um fã, quando chegava em seu edifício em companhia de sua mulher Yoko Ono, o Beatle John Lennon.
· Greve nos estaleiros Lenin, na Polônia, dando origem ao sindicato Solidariedade.
· A União Soviética invade o Afeganistão.
· O presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter solicita a todos os países do mundo o boicote às Olimpíadas que se realizariam em Moscou.
· Morre o presidente da Iugoslávia Josip Broz Tito.
1981
· A Coordenação de Educação Pré-Escolar - COEPRE lança o Programa Nacional de Educação Pré-Escolar.
· A FUNAI consegue o primeiro contato com os índios Araras, às margens dos rios Iriri e Xingu, no Pará.
· Explode uma bomba no Riocentro, matando um sargento do exército e ferindo um capitão, dentro de um carro Puma. A bomba estava no colo do sargento.
· O presidente Figueiredo sofre um enfarte.
· O território de Rondônia passa a ser estado.
· Entra no ar o Sistema Brasileiro de Televisão - SBT.
· O piloto Nelson Piquet sagra-se campeão mundial de Fórmula 1.
· Morre o cineasta Glauber Rocha.

· Sofrem atentados o Papa João Paulo II e o Presidente americano Ronald Reagan.
· O Presidente egípcio Anuar Sadat é assassinado durante uma parada militar.
· Casam-se o príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, e Diana Spencer.
· Entra no ar a MTV, tornando-se uma nova maneira de ouvir música.
1982
· A educadora Esther de Figueiredo Ferraz assume o Ministério da Educação e Cultura, tornando-se a primeira mulher a assumir um cargo de Ministro, no Brasil.
· No Parecer no 342 do Conselho Federal de Educação ressurge a Filosofia como disciplina optativa.
· São criados os Centros Integrados de Educação Pública - CIEPs, no Estado do Rio de Janeiro, por iniciativa do educador e antropólogo Darcy Ribeiro, com objetivo de atender até mil crianças em dois turnos de atividades.
· A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 5692/71, referentes à profissionalização do ensino de 2o grau, implicando em algumas mudanças na proposta curricular, dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalização, voltando a ênfase à formação geral.
· O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educação explica as alterações introduzidas pela Lei 7044.
· Em função da construção da Usina de Itaipu desaparece do mapa as Cataratas das Sete Quedas.
· Morre a cantora Elis Regina.
· O Presidente americano Ronald Reagan, em visita oficial ao Brasil, comete um pequeno engano: "Gostaria de compartilhar o sonho americano com o povo da Bolívia.".
· A Seleção Brasileira de Futebol é eliminada pela seleção italiana no Campeonato Mundial de Futebol.

· A Argentina invade as ilhas Malvinas e a Inglaterra declara guerra à Argentina.
1983
· O Parecer no 108 do Conselho Federal de Educação esclarece a questão da habilitação profissional após a Lei 7044/82.
· O Parecer no 170 do Conselho Federal de Educação explica a situação dos Pareceres 45/72 e 76/75 do Conselho Federal de Educação que definem a habilitação profissional após a Lei 7044/82.
· O Parecer no 281 do Conselho Federal de Educação explica as camadas curriculares e indica o sentido humanista da preparação para o trabalho, de acordo com a Lei 7044/82.
· Realiza-se o II Congresso Latino-Americano de Educação Montessori, pela Associação Brasileira de Educação Montessori - ABEM e Organização Brasileira de Atividades Pedagógicas - OBRAPE.
· A inflação anual atinge o índice recorde de 200%.
· A Taça Jules Rimet é roubada de dentro da CBF e supõe-se que foi derretida.
· Entra no ar a Rede Manchete de Televisão.
· O piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet sagra-se pela segunda vez campeão mundial.
· Morre o jogador de futebol Manuel dos Santos, o Garrincha.
· Morre a primeira vítima de AIDS: o estilista Markito.

· Um atentado no Líbano mata 241 soldados americanos.
· Um Jumbo da Korean Air Lines é abatido por um aviao soviético, matando todos os seus 269 ocupantes. Supõe-se que os americanos forçaram o Jumbo a invadir o espaço aéreo soviético.
· Os Estados Unidos invadem a pequena ilha de Granada.
· A sonda Pioner 10 abandona o Sistema Solar.
· Passados vinte anos do vôo da primeira mulher soviética ao espaço, os Estados Unidos lançam a astronauta Sally Ride.
1984
· Realiza-se o I Congresso Internacional de Educação Piagetiana e o II Congresso Brasileiro Piagetiano, pelo Centro Experimental e Educacional Jean Piaget - CEEJP.
· Vários comícios são realizados em todo país em favor das eleições diretas. O movimento ficou conhecido como Diretas Já.
· O navegador Amyr Khan Klink atravessa o Oceano Atlântico, da África para o Brasil, num barco a remo.
· É inaugurado no Rio de Janeiro a passarela do samba, o Sambódromo.

· Extremistas sikhs executam a primeira-ministra da Índia Indira Gandhi, em represália à invasão do Templo Dourado de Amritsar.
1985
· O Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL é extinto e criado o Projeto Educar.
· É criado o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres - CNDM.
· São Ministros da Educação no Governo José Sarney: Marco Maciel, Jorge Konder Bomhauser, Hugo Napoleão Rego Neto e Carlos Corrêa de Menezes Sant'Anna. · O Parecer no 99 do Conselho Federal de Educação expõe a inconveniência de acrescentar ao currículo matérias por via legislativa.
· Depois de vinte e um anos de ditadura militar, deixando de herança uma nova Constituição, 17 Atos Institucionais, 130 Atos Complementares, 11 Decretos Secretos e 2260 Decretos-Leis, é eleito, ainda sem o voto popular, um presidente civil, o Deputado Federal pelo estado de Minas Gerais Tancredo Neves.
· O presidente Tancredo Neves, morre no Instituto do Coração, de São Paulo, após ter sido acometido de uma enfermidade antes de assumir de fato a Presidência da República. Assume a Presidência da República o vice-presidente José Sarney.
· São novamente legalizados todos os partidos políticos (inclusive os comunistas), recriado o Partido Socialista Brasileiro - PSB e criados outros.
· Realiza-se o Rock in Rio I.
· É descoberto em Embu, São Paulo, as ossadas do carrasco nazista Josef Mengele.

· Na União Soviética assume o poder Mikhail Gorbatchov.
· Na Colômbia o vulcão Nevado del Ruiz entra em erupção e mata vinte e cinco mil pessoas da cidade de Armeiro.
· No México um terremoto mata vinte mil pessoas.
· Alguns generais responsáveis pela ditadura militar na Argentina são condenados.
· Morre com o vírus da AIDS o ator Rock Hudson.
· Morre Orson Welles, autor, entre outros filmes, de Cidadão Kane".
 
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